Após ser criticado por apoiar a aprovação do projeto de lei 1904, discutido pela Câmara dos Deputados e que quer equiparar a pena para aborto realizado depois de 22 semanas de gestação à de homicídio, o ator Juliano Cazarré voltou a defender a proposta, nessa segunda-feira (17), nas redes sociais. Na ocasião, o artista revelou que não é pai biológico do filho mais velho da esposa, a estilista Leticia Cazarré.
Segundo ele, a gestação da parceira foi "fruto de uma relação abusiva" e, na época, o genitor do garoto teria sugerido que Leticia interrompesse a gravidez.
"Há 14 anos me calo sobre essa história, mas a Leticia já contou. O Vicente, meu filho mais velho, é adotado. Adotei o Vicente porque quando reencontrei a Leticia, ela estava grávida, uma gravidez que veio fruto de uma relação abusiva que ela vivia. O cara não queria ser pai, uma das sugestões desse cara foi 'você não vai ter esse filho'. Ela decidiu ter esse filho sozinha e voltou para a casa dos pais", começou a relatar em vídeo compartilhado no Instagram.
O artista detalhou que encontrou a esposa quando ela já estava com cinco meses de gestação e que os dois se apaixonaram. Na época, ele decidiu adotar o bebê e permanecer com Letícia. "Sabia que ficaria com ela o resto da gravidez e seria o pai daquela criança".
O fato de não ser filho biológico do ator não é omitido de Vicente. Conforme o relato de Cazarré, ele sabe da existência do genitor.
Hoje, com muito orgulho, o Vicente tem meu nome, nome do meu pai e da minha mãe no lugar de avó e avô. Ele sabe que, em algum lugar, ele tem um pai biológico. Um dia, se ele quiser, ele vai poder conhecer esse pai, conviver com ele. O Vicente só vai ter essa oportunidade porque ele nasceu. Porque a Leticia teve a força e a honra de falar 'vou ser mãe desse menino sozinha'."
Após divulgar a informação, o artista voltou a defender a aprovação da PL 1904 no Congresso Nacional.
"Por mais desesperador que seja a situação, a gente não sabe do futuro, a gente não sabe que graças o futuro e o destino podem nos trazer. Então, é não, não contra o aborto, não contra a morte. Isso, sim, é colocar um ponto final, é coroar de fracassos uma tragédia. Ao passo que você falar sim para vida, pode ser o começo de uma coisa gloriosa", finalizou.