Uma cena do filme “Harry Potter e o Cálice do Fogo” pode ser facilmente lembrada pelos fãs da saga: durante uma aula de defesa contra as artes da treva Rony se assusta com um animal diferente, que vai parar em sua testa. O bicho, que apesar de não ser uma aranha, recebe o nome popular de aranha-chicote e existe de verdade, inclusive no Brasil.
“O chicote no nome é por conta de possuírem um primeiro par de pernas sensoriais que parecem chicotes de tão longas e finas. Vale lembrar que o nome chicote aqui não está ligado à agressividade, já que nesses bichos são apenas apêndices sensoriais para localização, visto que eles são praticamente cegos e em alguns casos totalmente cegos”, explicou o estudante de biologia da Unifesp Fernando Daros, ao g1.
Aracnídeos
“Os amblipígios são de uma ordem (Amblypygi) dentro da classe dos aracnídeos. São um grupo bem pequeno com cerca de 200 espécies, divididas em cinco famílias. Eles são parentes das aranhas, escorpiões e opiliões. São animais com uma distribuição cosmopolita, pois eles estão presentes em todos os continentes, com exceção da Antártica”, acrescentou.
Eles podem ultrapassar os 10 centímetros, mas não possuem veneno e não inofensivos aos seres-humanos. Os amblipígios, aliás, são animais solitários e noturnos, por isso não são comumente encontrados. No entanto, podem ser vistos no período da noite no solo, pedras ou troncos.
Ainda segundo o g1, o Brasil possui a maior diversidade de amblipígios do mundo, com 29 espécies espalhadas por quase todos os biomas.