Nascida no sertão pernambucano, Vina Calmon ainda muito pequena foi morar com a família em Sobradinho na Bahia. Despertou o talento pela música ainda criança. E foi no forró que ela se profissionalizou. Em 2014, assumiu um grande desafio profissional. Entrou pro axé, que já era uma paixão, e assumiu os vocais da Cheiro de Amor. Após 10 anos à frente da banda, ela agora segue carreira solo.
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A primeira entrevista em podcast neste novo momento aconteceu no Que Nem Tu, que traz o episódio com Vina nesta quinta-feira (25). A cantora falou sobre o show inédito, que trouxe para o Fortal, o que as pessoas podem esperar musicalmente da carreira solo, sobre as novas funções que vem desempenhando agora na carreira além de relembrar momentos importantes da vida.
Pra começar, Vina prefere não se encaixar nesse momento em um gênero musical. Ela, que começou no forró, já avisa que vai ter o ritmo em suas próximas canções. No show, então, podem esperar um forró com o suíngue da Bahia, promete. Mas, claro, o axé também vai ter seu espaço. O que ela quer é surpreender o público que acompanhou a pernambucana durante esse 10 anos em que esteve como vocalista da Cheiro de Amor.
"Tenho gratidão eterna ao Cheiro de amor. Mas eu não tive um sucesso no Cheiro de Amor. Se eu tivesse tido esse sucesso lá eu diria 'essa música eu vou reproduzir em algum momento na minha carreira'. Por que é justo. Não que eu vá deixar de cantar. Eu amo aquelas músicas. Mas eu não posso ser apenas a reprodução daquela história. Em algum momento do meu show eu vou fazer um medley que vá eternizar essa memória. Faz parte da minha história. Não ser a reprodução da Cheiro de Amor porque nem é justo pra eles que estão lá com uma nova artista, dando a nova cara da banda. E eu quero muito que as pessoas consigam enxergar o outro lado de Vina. A cantora que não canta só axé e que canta muitas outras coisas", diz.
Vina, inclusive, falou sobre o momento em que foi para a banda baiana. Ela lembra que sentiu muita emoção ao chegar em Salvador para conversar com os empresários e garante que saiu da reunião sabendo que seria a escolhida. "Eu senti". Mesmo feliz com o grande desafio que na época recebeu, ela também dividiu que foi difícil porque havia muita pressão e se falavam muitas histórias que a magoaram.
Agora, ela se desdobra para conseguir entregar canções que tenham sua cara, ao mesmo tempo em que monta sua banda e decide sobre tudo que envolve sua carreira. O primeiro single, lançado nas plataformas digitais, a "Beija Eu" já vem com uma sonoridade bem diferente do que ela costumava fazer no Cheiro.
A música salvou minha vida
Vina relembrou sua história desde que, menina, se encantou pela música e começou a cantar em uma banda na cidade. Ela relembrou que a infância foi muito difícil porque era seu padrasto- na época- que fazia o gerenciamento da carreira. "Meu ex-padrasto era muito ignorante. Era muita pressão. E quanto mais me pressionava, eu me retraia. Entre muitas outras coisas. Foram muitas dificuldades até eu conseguir criar asas".
Mesmo com a pressão ela nunca abriu mão de cantar. "A música salvou a minha vida. Muita gente não conhece minha história. Eu tive uma infância muito difícil. Eu não falo isso me vitimizando porque todo mundo tem uma história e suas dores. Mas busco contar minha história a meu favor", completa. E, foi na adolescência, que ela resolveu sair de casa para se dedicar a cantar em bandas de forró. Nesse tempo, viajava muito e ficava longe da mãe e da família.
"Na época do forró era tudo mais difícil. Eu fui ter celular com 20 anos. Quantas vezes eu ligava do orelhão pra minha mãe chorando porque as meninas estavam me mafiando. Eu acredito que teve uma época que eu estava entrando em depressão. Eu não queria sair. Só trabalhar. Teve a época louca que eu queria sair pra balada. Eu sentia muita falta da minha família e ligava chorando".