Passinho é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro

A dança surgiu nos bailes funk nos anos 2000

O Passinho foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro. A dança inclui movimentos rápidos e coordenados com as pernas e pés, com malemolência e estilo, e foi desenvolvida por jovens das favelas cariocas nos bailes funk ao longo dos anos 2000.

O projeto é de autoria da deputada estadual Verônica Lima ( PT). Em nota, a parlamentar afirmou que transformar o Passinho em patrimônio é dar visibilidade a esse movimento cultural importante, além de colaborar na descriminalização do funk e de outras expressões artísticas de jovens periféricos. 

Cristian Marinho, artista e professor de dança, começou a treinar o Passinho na adolescência, assistindo aos duelos coreografados no bairro em que morava. Para ele, o Passinho ajuda a quebrar o estigma de violência dentro da comunidade. 

“Antes do Passinho, a comunidade era muito julgada, as pessoas pensavam que dentro da comunidade era só roubo, violência, tráfico de drogas. Só isso, violência! Aí o Passinho veio e quebrou esse estigma. Não é todo mundo que mora na comunidade que é violento, que é mal educado, não. Dentro da comunidade também tem cultura, que é o Passinho, como acontece no Jacarezinho. Aí a maioria das pessoas de fora começou a enxergar a comunidade com outro olhar”, disse o professor.

ORIGEM DO PASSINHO

O Passinho teve sua origem nos bailes realizados no Complexo do Jacarezinho, na zona norte carioca. Desde 2018 já era patrimônio cultural da capital fluminense. 

Os dançarinos costumavam se reunir em uma área específica do baile e se apresentavam em rodas, cada um mostrando suas coreografias, o que alimentava a competição entre eles e contribuía para a popularização nas comunidades cariocas.