Vacinação contra Covid-19 em São Paulo começa em janeiro de 2021, diz Doria

A CoronaVac ainda está na terceira fase de teste, em que a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

A vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, será aplicada na população paulista em janeiro de 2021, segundo informou nesta quinta-feira (3) o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). As informações são do portal G1.

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"Em São Paulo, de forma responsável, seguindo a lei, no próximo mês de janeiro, cumprindo o protocolo com a Anvisa e obedecendo aos princípios de proteção à vida, nós vamos iniciar a imunização dos brasileiros de São Paulo. Não vamos aguardar março", disse Doria.

A CoronaVac ainda está na terceira fase de teste, em que a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governo de São Paulo afirma que o relatório final deve ser enviado ao órgão ainda em dezembro e que não deve ser necessário solicitar o uso emergencial da vacina.

João Doria criticou o anúncio feito pelo governo federal de que o calendário de vacinação nacional deve começar apenas em março de 2021. A vacina ainda não foi incluída no plano do Ministério da Saúde.

Doria informou que a vacinação em São Paulo será realizada mesmo sem investimento do governo federal. "Na segunda-feira (7) vamos apresentar o programa estadual de imunização completo, com cronograma, com setores que são priorizados, volume de vacinas, logística. Todos os processos serão apresentados."

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, também disse nesta quinta-feira (3) que a CoronaVac deve estar disponível para ser aplicada na população em janeiro de 2021. 

"A vacina estará disponível e o registro na Anvisa, acredito eu, também estará disponível. Então, poderemos iniciar um programa em janeiro, acredito, de vacinação. E espero [que] com o apoio do Ministério [da Saúde], apesar de todas essas declarações que não citam nominalmente a vacina do Butantan. A nossa expectativa é a de que a vacina seja incorporada, inclusive atendendo ao que o próprio ministro fala, sem citar a vacina, de que a vacina que estiver disponível e registrada, será incorporada", afirmou.

Testes da CoronaVac interrompidos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou no dia 9 de novembro que os estudos clínicos da vacina CoronaVac foram interrompidos devido a um "evento adverso grave", como definiu o órgão.

De acordo com a agência reguladora, o 'evento' havia acontecido em 29 de outubro. Com isso, a Agência decidiu paralisar o estudo para avaliar os dados observados até o momento e julgar os riscos e benefícios da continuidade do processo.   

Retomada

Dois dias depois de interromper os testes da CoronaVac, a Anvisa anunciou que autorizou a retomada dos testes da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac, no Brasil.