Mulheres e meninas adolescentes vítimas de violência no Ceará podem ter acesso gratuito a um serviço fundamental nesse contexto: o atendimento psicológico, oferecido por um projeto do curso de Psicologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
O Plantão AcolheDor é um projeto de extensão especializado no acolhimento de pessoas do gênero feminino que sofreram agressões físicas, psicológicas, morais, sexuais, patrimoniais e de quaisquer outros tipos.
A psicóloga Layza Castelo Branco, professora da Uece e coordenadora do AcolheDor, explica que o serviço “é diferente da psicoterapia”.
“A psicoterapia tem tempo indeterminado. Já o plantão é um primeiro acolhimento, em que o terapeuta vai entender a demanda da mulher e encaminhá-la a um serviço especializado”, explica Layza.
A professora afirma que são necessárias, em média, de duas a três sessões no plantão psicológico para, então, haver encaminhamento da paciente. “Se ela precisar de atendimento psiquiátrico, encaminhamos pro CAPS; se for psicoterapia, encaminhamos a algum serviço na cidade”, exemplifica.
A maior parte das pacientes que chegam ao projeto são enviadas pela Casa da Mulher Brasileira (CMB), em Fortaleza, equipamento que concentra a rede de proteção à mulher vítima de violência doméstica.
“Mas esse é um perfil de mulher que já buscou algum tipo de ajuda na área jurídica, já foi acolhida, já se sente mais protegida, já sabe sobre seus direitos. Temos muita vontade de atingir um público que ainda não chegou à CMB”, pontua Layza.
“Queremos chegar à mulher que não tem consciência dos direitos, de que pode e deve buscar ajuda e denunciar. Queremos que outras mulheres que ainda não tem amadurecimento da consciência da violência pudessem ter acesso ao nosso atendimento”, frisa a psicóloga.
Os atendimentos pelo projeto, ligado ao Laboratório de Sociedades, Subjetividades e Humanismo da Uece, começaram em fevereiro deste ano, são “totalmente sigilosos” e buscam quebrar um tabu ainda existente entre as vítimas de violência.
“Ainda é muito grande o número de mulheres que têm medo de procurar ajuda. Elas precisam ser cuidadas e estimuladas a ultrapassar esse medo. Porque a ajuda, quando chega, é efetiva. Que ela acredite que não está sozinha”, reforça Layza.
Como ter acesso ao plantão
Todos os atendimentos do Plantão AcolheDor são realizados por estudantes mulheres, estagiárias que já estão concluindo o curso de Psicologia na Uece e que atuam como psicoterapeutas. Atualmente, oito delas trabalham no serviço.
O plantão psicológico funciona de segunda a sexta-feira, no turno da tarde, “no horário conveniente à mulher que precisar”, como destaca a coordenadora do projeto.
As sessões são somente presenciais, no campus da Uece no bairro Itaperi, e precisam ser agendadas pelo WhatsApp. Se a paciente for adolescente, o acesso precisa ser marcado por um responsável, que deve comparecer também à sessão presencial.
Serviço
Plantão AcolheDor (atendimento psicológico)
Onde: Campus da Uece no Itaperi
Quando: Segunda a sexta-feira
Horário: turno da tarde
Agendamento: WhatsApp – (85) 98420-1584