Professores de Fortaleza fazem ato em frente à Câmara para pressionar por reajuste salarial

Prefeito José Sarto está no local para solenidade de retomada dos trabalhos da Casa Legislativa

Professores da rede municipal de ensino protestam em frente à Câmara Municipal de Fortaleza, nesta quarta-feira (1º), ocasião em que foi realizada a sessão solene de abertura do primeiro período legislativo de 2023. 

A categoria, que está paralisada desde a última sexta-feira (27), aproveitou a presença do prefeito José Sarto (PDT) no local para cobrar o reajuste salarial de 14,95% em relação a 2022, como determina a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério (Nº 11.738/2008).

A última proposta da Prefeitura foi rejeitada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), na terça-feira (31), por não contemplar o reajuste reivindicado. 

"O prefeito está aqui na Câmara e nós insistimos que ele pague o piso já para as aulas começarem. A proposta de ontem [terça-feira] foi de destruição da nossa carreira, uma fake news sobre o piso, porque ele coloca o piso do nível médio para o piso do nível superior, e aumenta 0,8% quando o que a Prefeitura recebeu foi 14,95%. Então, não podemos admitir e vamos continuar na luta, em paralisação. Amanhã teremos assembleia, mas a tendência é que o movimento se fortaleça", disse a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme. 

Antes da leitura da mensagem da Prefeitura, nesta quarta, Sarto concedeu entrevista coletiva e voltou a defender a proposta de igualar os salários dos professores ao piso apontado pelo Ministério da Educação, de cerca de R$ 4.420,55. Durante a entrevista, era possível ouvir os gritos de "fora Sarto" que vinham do lado de fora da Câmara.

Sarto diz que não pode comprometer orçamento

O prefeito disse que garantiria o piso, mas que não poderia "comprometer o orçamento da Prefeitura". "Nenhum professor de Fortaleza, de nível médio, vai receber menos do que foi estabelecido pelo Ministério da Educação, que é de R$ 4.420,55. O piso está garantido", declarou.

"Temos uma responsabilidade enorme com essa população [de estudantes e pais de alunos]. Compreendo que a categoria reivindique, lute, mas eu ponderei que voltem às suas atividades de aula para que a gente possa continuar a negociação", acrescentou o prefeito.

Os profissionais alegam, no entanto, que não estarão recebendo o piso nacional do magistério com o reajuste proposto pela Prefeitura. "Nós queremos o que diz a lei nacional, que nesse ano é o reajuste de 14,95%. E esse piso tem que ser aplicado no nível 1 do médio e não do graduado. Quando ele [prefeito] diz que está devendo 0,81% para chegar ao piso, ele está mentindo", disse o diretor do Sindiute, Welington Monteiro.