Positividade em testes de Covid-19 da Fiocruz no Ceará salta de 4% para 40% em janeiro

Amostras analisadas no Estado pertencem ao Ceará e aos estados de Santa Catarina e São Paulo

A taxa de positividade dos exames de Covid-19 realizados pela Central Ceará da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) teve um salto vertiginoso em janeiro deste ano comparado a dezembro de 2021. No último mês do ano passado, a taxa era de 4%. Em janeiro, o percentual chegou a 40%.

A Central Ceará da Fiocruz processa atualmente amostras do próprio Estado e, desde janeiro, de Santa Catarina e de São Paulo. Em dezembro, o laboratório processou 13.181 amostras de RT-PCR, com uma taxa de positividade de 4%. Já em janeiro, até o dia 24, foram 58.285 amostras com um percentual de casos positivos de 40%.

Outras centrais da Fiocruz apresentaram aumentos semelhantes. A unidade com base no Rio de Janeiro (Unadig-RJ), que processa amostras do próprio estado, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, teve um percentual ainda maior de aumento: de 2% para 37%.

Já a central do Paraná, que tem processado apenas amostras do próprio estado, observa um aumento exponencial na taxa de positividade: de 4,23% em dezembro de 2021 para 35,4% até 24 de janeiro deste ano.

Uma das razões apontadas para esse aumento vertiginoso, segundo a coordenadora do Escritório de Testagem da Fiocruz, Maria Clara Lippi, é o alto potencial de contaminação da variante Ômicron. Outra razão foi o aumento do acesso e do processamento de testes.

“Em menos de um mês, passamos de uma média semanal de 25 mil testes liberados com menos de 5% de positividade (dezembro de 2021), para um patamar de processamento que cresce a cada semana e já supera 100 mil amostras por semana e 30% de positividade (janeiro de 2022)”, informa ela.

Explosão de casos

De acordo com a coordenadora-geral da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 (Unadig), Erika de Carvalho, há um contexto que explica o que ela considera uma “explosão de casos”. Isso ocorreu por conta das confraternizações de fim de ano, além do relaxamento das medidas de isolamento social após o avanço da vacinação.

“Isso fez com que a Ômicron expandisse e contaminasse uma quantidade tão grande de pessoas. Sabemos que ela é uma cepa cujo contágio é mais fácil e isso explica bem os números”, alerta. 

A pesquisadora descreve que o crescimento acelerado dos casos pode ser sazonal. “Ainda assim, temos que observar”, frisa. Ela ainda ressalta que, antes deste aumento de positivos, o cenário epidemiológico era bem diferente: “Vínhamos de um momento em que observamos queda nos casos: 15 dias antes do Ano Novo, estávamos com menos de 10% de percentual positivo na Unadig-RJ”.