Os professores de creches e escolas da rede municipal de Fortaleza permanecem com atividades suspensas nesta segunda-feira (30), devido à paralisação que reivindica o cumprimento do piso salarial. Uma audiência entre Sindicato e Secretaria da Educação deve acontecer nesta terça-feira (31).
A movimentação, contudo, acontece desde a sexta-feira (27) quando seria o 1º dia de aula dos estudantes das escolas públicas da Capital. Cerca de 70% dos professores não entraram nas salas de aulas para cobrar o reajuste de 14,95% do salário, conforme a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério (Nº 11.738/2008).
Os professores apontam que o retorno das aulas regulares ocorrerá apenas com o anúncio do aumento pela Prefeitura. Caso não haja a adequação, o movimento deve permanecer nos próximos dias.
A Secretaria Municipal da Educação (SME) informou ao Diário do Nordeste que todas as unidades escolares da Rede Municipal continuam abertas e acolhendo os alunos e pais nesta segunda-feira (30/01), de acordo com o horário das aulas. Nesse momento, são feitas entregas de materiais e atividades pedagógicas
O salário mínimo da categoria subiu para R$ 4.420,55, mas Fortaleza ainda não anunciou o reajuste. Pelo menos 67 municípios já aderiram ao aumento, de acordo com a Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce).
“Quando há o anúncio, não há paralisação”, explica Gardenia Baima, diretora executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute). A representante e professores da rede municipal protestam em frente ao Paço Municipal nesta segunda (30).
Além da audiência marcada para amanhã (31) – resultado da movimentação dos profissionais da educação –, o grupo também deve se reunir na Câmara Municipal na quarta-feira (1º) para cobrar a adequação salarial.
Enquanto isso, os estudantes participam de atividades pedagógicas e extracurriculares, com os profissionais da unidade, e recebem alimentação, conforme a Secretaria.
"A gestão municipal também, neste período, inicia a entrega dos materiais pedagógicos entregues a todos os alunos matriculados como fardamento e kits pedagógicos", completou a SME.
A valorização profissional é prioridade da gestão municipal e, nesse contexto, o diálogo com a categoria estava aberto e transparente
“Quando o piso foi anunciado (pelo Ministério da Educação), nos dirigimos à Prefeitura, pedimos uma audiência e no dia 26 nos reunimos para ver se tinha algum aceno. Como não tinha, resolvemos paralisar”, completa Gardênia.
O fim de semana, inclusive, foi de mobilização entre os professores e diálogo com as famílias dos estudantes, conforme a diretora executiva.
“Recebemos de pais e alunos, com as autorizações, mensagens de apoio e temos cartazes ‘Sem Piso, Sem Aula’. Nós dialogamos com a comunidade escolar no fim de semana”, frisa Gardênia.
Alguns pais ainda levam os estudantes para as unidades de ensino. “A nossa paralisação é em creches e escolas. Onde tem um ou outro aluno chegando, tem monitor sendo convocado para ficar com os alunos”
O movimento também busca a implantação de outras demandas, como a assinatura da carteira de trabalho de professores substitutos e a revisão da reforma da previdência de Fortaleza.
Demanda dos professores
- Reajuste não implantado em 2017
- Carteira assinada para professores substitutos
- Revogação da alíquota previdenciária de 14% aplicada a aposentados
- Revisão da reforma da previdência de Fortaleza
Na última sexta-feira (27) a secretária da Educação, Dalila Saldanha, informou ao Diário do Nordeste que uma equipe técnica estava concluindo um estudo de viabilidade do pagamento para ser apresentado ao prefeito Sarto.
“Reiteramos o compromisso e o esforço desse grupo de trabalho para atender da forma máxima possível o pleito apresentado pela categoria, claro, preservando o equilíbrio fiscal da Prefeitura e sem comprometer a sustentabilidade da carreira”, ponderou Dalila.