Com o coronavírus ainda circulando no mundo inteiro, o surgimento de novas variantes se torna um processo “comum” de adaptação do vírus. No Brasil, uma nova mutação teve casos confirmados, entre outubro e novembro: a subvariante ômicron BQ.1.
Por enquanto, os estados do Amazonas e do Rio de Janeiro registraram pacientes que testaram positivos para a Covid e cuja doença foi causada pela ômicron BQ.1. Mas quais são os sintomas desse novo tipo da ômicron?
Sintomas da ômicron BQ.1
O infectologista Keny Colares afirma que “não está claro se ela causa doença diferente, mais ou menos grave” do que as subvariantes da Ômicron já conhecidas. “Por enquanto, as informações são que de seria uma doença semelhante”, complementa.
Imaginamos que será uma síndrome gripal mais leve, lembrando uma gripe comum, e vai representar problemas para quem tiver comorbidade, como já conhecemos.
Fábio Miyajima, coordenador de Vigilância Genômica da Fiocruz Ceará, pontua que ainda não é possível afirmar mais concretamente quais sintomas a BQ.1 pode causar nos pacientes infectados.
“No geral, as subvariantes Ômicron têm tido um padrão de maior transmissibilidade, provável carga viral também, mas, ao mesmo tempo, sintomas mais moderados”, descreve o pesquisador, especialista em saúde pública. “Teremos que monitorar”, conclui.
Os principais sintomas de Covid-19 causada pela variante Ômicron, atualizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em abril deste ano, são:
- Dor de garganta;
- Dor de cabeça;
- Coriza (nariz escorrendo);
- Tosse;
- Febre;
- Dor no corpo.
Ao contrário das outras cepas da doença, os sintomas da ômicron costumam ser mais leves, já que a variante tem uma reprodução mais rápida nas vias aéreas, poupando a região do pulmão – característica também associada à proteção vacinal.
Vacina da Covid protege contra BQ.1?
A BQ.1 é mais uma sublinhagem da Ômicron BA.5, que foi responsável pela 4ª onda de Covid, neste ano, como explica Miyajima. A BQ.1, porém, tem mutações adicionais, que podem gerar alta de casos e exigir alterações nas vacinas.
"Isso precisa ser monitorado. Vacinas atualizadas estão sendo introduzidas em diversos países da Europa, por exemplo, como a Spike Vaccine, da Pfizer, que inclui material genético das subvariantes Ômicron BA.5 e BA.4", destaca o pesquisador.
O infectologista Keny Colares explica que o que se sabe, por enquanto, é que a subvariante BQ.1 “tem a capacidade de escapar um pouco mais da imunidade da vacina ou de infecção prévia", ou seja, mesmo quem já se vacinou ou já pegou Covid por estar suscetível e precisa adotar medidas preventivas em caso de nova onda.