O pequeno Eliseu Naftali, de 1 ano, conhecido por ser o "bebê milagre" de Caucaia, na Grande Fortaleza, morreu nesta segunda-feira (6). Ele tinha uma cardiopatia congênita grave popularmente chamada "síndrome do meio coração", e já passou por uma série de cirurgias e até cateterismo. O falecimento foi informado ao Diário do Nordeste pela mãe, Sara Faustino.
Eliseu estava na fila para um transplante de coração, por conta da síndrome do coração esquerdo hipoplásico, o que agravou sua situação e causou insuficiência cardíaca.
Em julho, a família de Eliseu contou a história do pequeno ao Diário do Nordeste, e relatou que eles passavam por dificuldades financeiras para pagar as contas médicas e os cuidados especiais inspirados pelo quadro de saúde dele.
Os familiares chegaram a promover uma campanha e celebravam a cada nova melhora e passo dado na caminhada pela saúde do menino. “A cada dia ele vive um milagre da vida. Porque uma criança que só tem meio coração e passou por tudo que o Eliseu passou, só a mão de Deus. (...) Ele veio para cá (para casa, após a alta) com 5,2 kg e agora ele tá aqui com quase 8kg”, contou a mãe de Eliseu.
Relembre a história do 'bebê milagre'
Logo após a primeira noite de vida, em 21 de junho de 2022, o bebê começou a apresentar alguns sintomas, como vermelhidão e dificuldade para respirar, que chamaram a atenção do pai. O pequeno foi submetido a exames e já ficou internado, não voltou para os braços da mãe de imediato. “Ele realmente é um verdadeiro milagre. Ele ficou 9 dias no HGF (Hospital Geral de Fortaleza), e nisso a gente [ficava] todos os dias indo visitar, mesmo eu [estando] operada, mal podendo andar, mas eu não deixava de ver meu filho nenhum dia”, relembra a mãe, em entrevista ao Diário do Nordeste.
No 9º dia de vida, Eliseu sofreu a primeira parada cardíaca, da qual não teve nenhuma sequela. Dez dias depois, fez a primeira cirurgia, que teve uma recuperação difícil. “Ele sofreu muito, muito mesmo”, lembra Sara Faustino.
Aos três meses de idade, Eliseu passou pela segunda cirurgia, que dessa vez teve uma recuperação mais rápida. Quando o pequeno tinha 5 meses de idade, a equipe de saúde tentou realizar a extubação pela terceira vez. Após 30 dias sem o tubo, ele teve a segunda parada cardíaca, da qual também não ficaram sequelas.
Eliseu ainda teria que passar por três cirurgias, mas um dos médicos que o atendeu percebeu que sua aorta era “fina como um fio de cabelo”. “Agora ele aguarda um transplante do coração”, complementa a mãe.
Ao longo de 10 meses internado, Eliseu estava intubado. Houve diversas tentativas de extubação, sem sucesso. Até que, em abril de 2023, ele voltou a respirar normalmente, sem o tubo. Ele teve alta e passou o Dia das Mães em casa com a família.