O Ceará apresentou 99,3% do seu território sem seca, no último mês de junho, conforme apontou o Monitor das Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), divulgado nesta quarta-feira (24). Esse é o melhor cenário em comparação ao mesmo período do ano passado.
O levantamento aponta que os os 0,7% com seca fraca está restrito município de Salitre, no extremo sul do estado.
A melhora do cenário se deu pela quadra chuvosa (fevereiro a maio) deste ano, quando o Estado obteve 25% de precipitações acima da média climatológica.
Em março, o estado possuía 57,45% do seu território sem seca, enquanto os outros 42,55% tinham seca variando de fraca à excepcional. O cenário, no qual mais da metade do Estado estava sem seca, era o mais ameno desde agosto de 2023, período em que 64,26% do território não registrava o fenômeno.
Monitor das Secas no Brasil
O resto do Nordeste teve baixas chuvas, o que ocasionou uma piora nos indicadores. Por essa razão, houve surgimento da seca fraca na Bahia e Maranhão, além de avanço da seca fraca no centro da Bahia.
Já no Sudeste, por conta das chuvas abaixo da média, houve avanço de seca moderada no sul de Minas Gerais, oeste, centro e norte de São Paulo, bem como o avanço da seca fraca no leste de Minas Gerais, centro-norte do Rio de Janeiro, leste de São Paulo e centro-sul do Espírito Santo.
No Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão sem seca relativa. Contudo, a seca moderada avançou no noroeste e nordeste do Paraná.
O Centro-Oeste teve avanço da seca moderada no nordeste de Goiás e da seca grave no sul do Mato Grosso, estendendo-se até o noroeste do Mato Grosso do Sul, devido à ocorrência de chuvas abaixo da média.
A situação mais preocupante ocorre na região Norte do país. Houve o avanço da seca grave no centro-sul do Amazonas. Também ocorreu agravamento da seca no Acre, que passou de seca fraca para moderada no centro do estado, e de moderada para grave no leste e nordeste.
Embora ocorra altos índices no resto da região, houve redução do nível de seca no norte do Pará, que passou de moderada para fraca, e em Roraima, que passou de grave para moderada no nordeste do estado e de moderada para fraca no noroeste, centro e oeste.
O que é o monitor das secas?
As informações divulgadas pela ANA são produzidas mensalmente por um grupo de instituições de diversos Estados e do Governo Federal, de forma colaborativa. No caso do Ceará, uma das instituições participantes é a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
O Monitor das Secas classifica o fenômeno pela intensidade, e a seca pode variar de S1 (seca menos intensa) até S4 (a mais intensa). Já o S0, diz o Monitor, “são áreas com condições de umidade anormalmente baixa e estão secando e podem, possivelmente, virar áreas de secas”.
A classificação é a seguinte:
- S0 - Seca Fraca: veranico de curto prazo diminuindo plantio, crescimento de culturas ou pastagem. Saindo de seca: alguns déficits hídricos prolongados, pastagens ou culturas não completamente recuperadas;
- S1 - Seca Moderada: Alguns danos às culturas, pastagens, córregos, reservatórios ou poços com níveis baixos, algumas faltas de água em desenvolvimento ou iminentes; restrições voluntárias de uso de água solicitadas;
- S2 - Seca Grave: Perdas de cultura ou pastagens prováveis; escassez de água comuns; restrições de água impostas;
- S3 - Seca Extrema: Grandes perdas de culturas, pastagem; escassez de água generalizada ou restrições;
- S4 - Seca Excepcional: Perdas de cultura, pastagem excepcionais e generalizadas; escassez de água nos reservatórios, córregos e poços de água, criando situações de emergência.