A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou, em visita a Fortaleza, o investimento de R$ 333,5 milhões destinados aos mutirões de cirurgias eletivas e oncológicas, além do fortalecimento da assistência no Hospital do Vale do Jaguaribe e das 22 policlínicas no Estado, nesta quinta-feira (18). As demandas do Estado, conforme Nísia, estavam represadas há 4 anos.
Nísia visitou com o governador Elmano de Freitas e a secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, o Hospital Regional do Vale do Jaguaribe (HRVJ) e a Policlínica Judite Chaves Saraiva, em Limoeiro do Norte. Na capital cearense, a ministra assinou 3 portarias para a rede de saúde no Estado.
Os recursos serão usados para ampliar a assistência em 4 policlínicas e 9 hospitais em Fortaleza, para cirurgias relacionadas ao câncer também na Capital e oferta de mais serviços na rede de policlínicas e no Hospital do Vale de Jaguaribe – unidade que deve evitar com que pacientes do interior sejam transferidos para a Capital.
Portarias assinadas
- 1ª: R$ 52,9 milhões a ser incorporado ao limite financeiro da média e alta complexidade do Ceará e de Fortaleza (como cirurgias);
- 2ª: R$ 154 milhões de recursos para o Hospital do Vale Jaguaribe e 22 policlínicas regionais de saúde;
- 3ª: R$ 126,6 milhões para assistência de oncologia (cirurgias, quimioterapias, entre outros procedimentos.
"Nós teremos um hospital de emergência, porta aberta de traumatologia, para o povo da região. Isso é importante também para Fortaleza", destaca o governador.
As portarias, de acordo com a ministra, são resultado do diálogo e trabalho técnico feito com os estados e a secretaria de atenção especializada do Ministério da Saúde.
“Meu interesse de dar respostas para demandas que estavam há 4 anos represadas. Então, a situação é difícil, mas nós temos que avançar", frisa. Também cumprem agenda no Ceará, nesta quinta, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
Estamos buscando, junto com o programa de redução de filas que o Ceará também está empenhado em colocar recursos do governo do Estado, para caminharmos nessa questão
Durante a visita, Nísia analisou a rede de saúde do Ceará como modelo para outros estados. Goiás, por exemplo, construiu policlínicas baseadas na experiência cearense, conforme a ministra contou sobre o diálogo com o governador goiano, Ronaldo Caiado.
"O caráter precursor do Ceará na regionalização (da saúde), nas policlínicas. O modelo criado aqui é referência nacional, não só do Nordeste", destaca Nísia.
Rede de saúde cearense
Em entrevista ao Diário do Nordeste, em janeiro deste ano, Tânia Mara Coelho contou que o Hospital do Vale do Jaguaribe deve ter prioridade no processo de interiorização da alta complexidade.
“O primeiro serviço que queremos abrir dentro do HRVJ é o de oncologia. Vamos contemplar um grande vazio assistencial. Além disso, o serviço de traumato-ortopedia: aquela região tem uma grande necessidade de atendimento a traumas”, apontou à época.
O Ministério da Saúde anunciou na última semana um investimento de R$ 8,6 milhões específicos para a realização de cirurgias eletivas. São procedimentos como cirurgia de catarata, retirada da vesícula, de hérnia e de útero, por exemplo.
Esse valor do último anúncio é suficiente apenas para 15.900 procedimentos, mas a fila de espera é de 41.105 pacientes aguardando por cirurgias.
Quando observada a situação das cirurgias e dos procedimentos oncológicos, o Ceará tem cerca de 10 mil pessoas esperando vaga para tratar câncer na rede pública, como noticiado pelo Diário do Nordeste.
Neste cenário, o Estado pediu o aporte de R$ 95 milhões para o Ministério da Saúde. Além da cessão desse valor, também será repassado R$ 31,6 milhões para os municípios em relação a esse tipo de assistência.