Máscara e isolamento social: Sociedade Brasileira de Infectologia aponta medidas para conter Covid

Medidas visam evitar aglomerações e proteger as pessoas mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos

Como alguns estados, assim como o Ceará na semana passada, vem registrando alta do número de casos de covid, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou um alerta com uma série de orientações para evitar o contágio. 

Entre as recomendações está o uso de máscaras e o distanciamento social. As medidas se assemelham às do começo da pandemia e visam evitar aglomerações principalmente pela população mais vulnerável, como idoso e imunossuprimidos. 

Segundo a SBI, o aumento de casos é decorrente da circulação da subvariante Ômicron BQ.1 e outras variantes. 

“Pelo menos em quatro estados da federação já se verifica com preocupação uma tendência de curva em aceleração importante de casos novos de infecção pelo SARS-COV-2 quando comparado com o mês anterior”, afirma a nota.

A Sociedade ainda pede que as taxas de vacinação sejam incrementadas, principalmente referente às diferentes doses de reforço da primeira geração de vacinas.

O grupo ainda recomenda aprovação rápida das vacinas bivalentes de segunda geração, que estão sendo analisadas pela Anvisa. A medida visa garantir o acesso da população aos imunizantes, além do uso de medicações já aprovadas pela Anvisa para o novo coronavírus.

“Essa medida ainda não se concretizou após mais de seis meses de licença para esses fármacos no Brasil”, diz a Sociedade.

Casos no Ceará 

Segundo dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Estado já tem, pelo menos, 11 amostas positivas da subvariante Ômicro BQ.1. Os testes, segundo a Pasta, foram realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) e pela Fiocruz Ceará.

Os pacientes, no entanto, tem apresentado apenas sintomas leves e vem recebendo acompanhamento, segundo a Sesa. "Os pacientes, residentes de Fortaleza, estão sendo acompanhados e apresentam apenas sintomas leves da doença", afirmou em nota.

Transmissão comunitária 

Apesar do número de gastos ainda não ser tão grande, o coordenador de Vigilância Genômica da Fiocruz no Ceará,Fábio Miyajima, destacou já poder haver transmissão comunitária da subvariante no Ceará.

“Temos pelo menos 2 amostras de locais diferentes, então há grande chance de já termos transmissão comunitária (da BQ.1). Mas não é uma situação pior, porque é uma subvariante da ômicron, que já circula”, disse.

Vacinas e atendimentos

Na última quinta-feira (10), o Estado recebeu o primeiro lote de 45 mil vacinas da Pfizer para crianças de 6 meses a 2 anos, que representa o último grupo a ser liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A remessa chega em um momento de alta no número de casos no Ceará. Na Capital, o número de confirmados foi de 164 na semana passada. Na semana imediatamente anterior haviam sido 70. 

O número de atendimentos relacionados à covid-19 também cresceu nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza. Na semana passada foram 1.148 registros, contra 936 na semana anterior. 

Quinta dose sem previsão

Apesar deste cenário, ainda não há previsão para aplicação de uma 5ª dose da vacina contra a covid. Ao Diário do Nordeste, a Secretaria da Saúde do Estado afirmou que esquema de vacinação recomendado pelo Ministério da Saúde (MS) "compreende, no máximo, até quatro doses, sendo duas do esquema primário e mais dois reforços".

"Desta maneira, até o momento, não há recomendações para 5ª dose", completou a Sesa.