A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) concluiu que o incêndio no Parque Estadual do Cocó, entre os dias 17 e 18 de novembro de 2021, foi causado por ação humana involuntária, através dos restos de uma fogueira usada para preparar alimentos.
O laudo confeccionado por peritos criminais do Núcleo de Perícia em Engenharia Legal e Meio Ambiente (Nupelm) aponta que as chamas tiveram início em um local em que pessoas deixaram uma espécie de fogueira ainda com brasas acesas.
O resultado foi obtido após análise minuciosa dos vestígios e levantamento da dinâmica do incêndio, segundo a Pefoce. Foram encontrados no local apetrechos como grelha e garrafas de bebidas alcoólicas, além de espinhas de peixe e restos de comida.
Durante a análise pericial, o Nupelm também trabalhou com imagens de satélite, drone, croquis, além de pesquisas e estudos relacionados ao ecossistema local. O trabalho contou com apoio dos técnicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA).
Prejuízo ambiental
Dos 1.581 hectares de extensão do Parque do Cocó, cerca de 46 foram afetados pela ação no incêndio, correspondendo a 2,9% do parque ecológico.
O trabalho desempenhado pela equipe de engenharia ambiental da Pefoce, em conjunto com PREVINA, identificou a dinâmica do incêndio. O levantamento pericial auxiliou na identificação das espécies que foram atingidas com o incêndio e os danos causados ao bioma do Parque Ecológico.
Levantamento do Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (PREVINA) indica que 299 árvores, entre espécies herbáceas e arbustivas, foram tombadas e outras 18 precisaram de recuperação após o incêndio.
Entre os animais mortos, foram identificados Mussum, rã, jiboia, cágado do nordeste, iguana, anu-preto, mas não foram encontradas espécies em extinção. Parte das espécies foram resgatadas e receberam atendimento veterinário, segundo a SEMA.
Plantio de árvores
No próximo dia 20 de março, na abertura da festa Anual das Árvores 2022, haverá o plantio de 600 árvores de mangue no local do incêndio, segundo disse o titular da SEMA, Artur Bruno.
“Já temos estas mudas prontas. Estamos fechando uma parceria com várias instituições públicas e privadas que irão contribuir para este momento. Mais que uma crítica às pessoas que causaram o desastre, é uma forma de mostrar a estima da população de Fortaleza pelo Parque Estadual do Cocó e por sua flora e sua fauna”, explicou o secretário.