Entre lama e árvores com raízes expostas, está uma fonte de biodiversidade e de renda para os cearenses. Mas o que você sabe sobre o mangue? Uma equipe do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) reúne informações sobre o assunto no aplicativo Ecomangueando.
A ideia partiu quando o grupo de Ecologia de Manguezais no IFCE Acaraú notou a falta de material didático mesmo em escolas ao lado de mangues. Os universitários se reuniram para a produção da plataforma durante um ano até o lançamento.
“Os livros de ciência falam muito mais sobre a tundra, que é um bioma totalmente diferente e distante da realidade do aluno, do que o manguezal, que é de onde muitos deles conseguem recursos porque têm pais pescadores”, observa Rafaela Maia, coordenadora do laboratório.
O aplicativo funciona como um guia sobre manguezais com textos e imagens sobre o conceito, importância ambiental, impactos sofridos e até a legislação sobre a área. Além disso, detalhes sobre os bichos e plantas que vivem no mangue.
Estudantes e curiosos sobre o assunto encontram informações não só regionais, mas a distribuição dos manguezais no Brasil. Está disponível a audiodescrição dos textos para alcançar pessoas com deficiência e um quiz como teste de conhecimento.
Os estudantes atuantes na produção do Ecomangueando fazem atividades no mangue e catalogação das espécies em laboratório. Com o aplicativo, o grupo consegue ampliar o alcance do conhecimento obtido, como parte das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Manguezal no Ceará
Esse tipo de ecossistema está presente em, pelo menos, 22 municípios cearenses, numa área de 20 mil hectares, conforme estudo divulgado em reportagem pelo Diário do Nordeste. São cinco tipos diferentes de mangue no Estado.
Municípios com mangue no Ceará:
- Chaval
- Barroquinha
- Camocim
- Jijoca de Jericoacoara
- Cruz
- Acaraú
- Itarema
- Amontada
- Itapipoca
- Trairí
- Paraipaba
- Paracuru
- São Gonçalo do Amarante
- Caucaia
- Fortaleza
- Eusébio
- Aquiraz
- Cascavel
- Beberibe
- Fortim
- Aracati
- Icapuí
Com a intensificação dos recursos educativos no meio digital durante a pandemia, o grupo buscou apoio no Campus Tianguá para a construção da plataforma.
“Nosso aplicativo vem com a ideia de ampliar as ações do laboratório e o conhecimento sobre manguezais. Esse é o primeiro software educativo para manguezais que nós temos notícia”, frisa Rafaela.
Nós trabalhamos com a premissa que para conservar é preciso conhecer. Quem não se apropria, não reconhece e não busca a melhoria. Então, é fundamental o entendimento sobre os fatores ecológicos, os organismos e a importância e quais ações são destrutivas para que se tenha conservação
Além da professora, integram o grupo Lígia Nogueira de Queiroz, graduanda em Ciências Biológicas, Francisco Ítalo Félix Fernandes, graduando Ciências da Computação, com orientação da professora Francisca Raquel Vasconcelos Silveira.