A comunidade universitária da Universidade Federal do Ceará (UFC) se reuniu nesta quinta-feira (8) em plenária para articular ações contra o bloqueio de verbas imposto pelo Ministério da Educação (MEC). Por consequência, a instituição não tem verba suficiente para pagar bolsas para residentes universitários, mestrandos e doutorandos, além de não poder pagar o Restaurante Universitário (RU) neste mês.
Uma das ações definidas na reunião foi a realização de um ato na próxima segunda-feira (12), em local a definir, para cobrar o desbloqueio das verbas e a manutenção dos pagamentos.
O encontro foi pensado coletivamente pelo movimento estudantil, pelo ADUFC-Sindicato e pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (SINTUFCE).
Estudantes, professores e servidores-técnicos da UFC se reuniram no Bosque Moreira Campus, no Centro de Humanidades I (CHI), campus Benfica.
Entre as representações estudantis, estava a União Nacional dos Estudantes (UNE) ,a União Estadual dos Estudantes (UEE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
'Desespero coletivo'
A estudante da UFC Maria Catarina, residente universitária, define o momento como um "desespero coletivo", pois alunos que moram na universidade estão sem pagar contas e com dificuldades para comprar até comida.
"Junta com o final de semestre, onde todo mundo tem de fazer as últimas provas. A maior comoção é essa. Vou ter que ligar para meu pai, para minha tia... Ver outros tipos de solução e ficar nessa luta de persistir, ter transparência e conseguir esses recursos de outras formas", desabafa a aluna e diretora de uma das unidades da Residência Universitária, em entrevista à TV Verdes Mares.
O sentimento de medo é compartilhado por Caleb Garcez, que cursa Geologia na UFC e é residente universitário. Ele é natural do Espírito Santo e conta que o bloqueio de verbas afeta também o psicológico.
Além de lamentar a interrupção do pagamento das bolsas universitárias, de R$ 400, ele critica o atual valor, que "já não é reajustado há muito tempo". O estudante também relata a dor de passar por essa situação longe de sua família, que mora a mais de 2 mil km de distância.