Cearense viraliza ao fazer entregas equilibrando bolos na cabeça em garupa de moto

Maria Gorete já levou até bolo de 25kg nas entregas

Maria Gorete Nogueira, 39, mãe de dois filhos, é boleira e viralizou ao fazer as entregas dos produtos de forma diferente: na garupa de motocicletas, ela segue equilibrando os bolos na cabeça. Há 11 anos é assim que ela leva o sustento para casa, em Mauriti — 292,9 km de Fortaleza.

Nos últimos dias, o trabalho da cearense passou a repercutir graças a vídeos publicados por ela trafegando — sem capacete e com bolos na cabeça — na CE-152.

Moradora do Distrito de Olho D'água, Maria Gorete faz entregas nas localidades de São Félix, Buritizinho e vizinhança. Por semana, ela vende de 12 a 15 unidades pequenas. No cardápio, bolos nos sabores de chocolate, coco, doce de leite, entre outros. 

"Faço bolo por quilo. Atualmente, tá R$ 120. Faço bolos há 17 anos. Nunca tinha feito curso. Em 2020, ganhei um curso com uma confeiteira e me aprimorei", detalhou Maria Gorete. 

Cearense derrubou bolo em acidente

No transporte em motocicletas, a boleira diz lembrar de uma única vez que derrubou o bolo. Em 2018, houve uma encomenda para a despedida de um padre. Durante o trajeto em Mauriti, um veículo entrou na contramão e derrubou ela, a filha e o bolo.

"Joguei o bolo longe. Era um de três andares. Perdemos o bolo, mas graças a Deus o acidente foi leve", relembrou.

Trânsito sem fiscalização

A boleira diz ter medo de acidente, mas afirma que precisa trabalhar para sustentar os familiares. 

Medo eu tenho. Se a gente não acreditar no potencial, quem vai acreditar?
Maria Gorete Nogueira
Boleira

Sem utilizar capacete, ela usa o topo da cabeça para carregar grandes tábuas com bolo. Em vídeos no Instagram, é possível ver a rotina da boleira. Ela contou que, na região, a fiscalização de trânsito é muito baixa e nunca chegou a ser parada pelo transporte de bolo na cabeça. 

É importante ressaltar, porém, que conduzir motocicleta - ou andar como passageiro - exige o uso de capacete. A não utilização é uma infração gravíssima. E transportar carga incompatível é infração grave.

Boleira sonha com uma kombi

Maria Gorete conta que as entregas de motos só acontecem por ser um transporte barato. Ela e a família não possuem carro, mas sonham em comprar uma kombi. 

"Um motorista de carro cobra R$ 50 pra entregar. Por isso, jogo o bolo na cabeça e desenrolo. Penso em comprar um carro, sonho com isso. Queria uma kombi, uma perua, para eu poder entregar meus bolos caseiros e até fazer na rua mesmo".