Cearense nota 1.000 na redação do Enem diz que tinha muita dificuldade de escrever: 'Sou de exatas'

Cássia Caroline tem 18 anos e iniciou a preparação para o exame nacional apenas 2 meses antes das provas

Um dos maiores sonhos e metas de candidatos que prestam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi atingido, ontem, pela estudante Cássia Caroline: aos 18 anos, ela alcançou nota 1.000 na redação.

A primeira a ouvir a notícia pela fala entusiasmada da jovem foi a mãe. “Foi muita felicidade, liguei logo pra ela! Eu já tinha esperança de um 960, 980... Mas 1.000 não, era muito mais difícil”, reconhece Cássia, que coleciona medalhas de olimpíadas de química e física e hoje é aluna do Colégio Master, em Fortaleza.

Por ser “mais das exatas”, a estudante iniciou o ano letivo de 2021 integrando a chamada “turma olímpica” da escola privada onde estuda, em Fortaleza, para focar nas competições nacionais e internacionais. No meio do caminho, mudou de ideia.

Mudei e fui pra turma Enem, mas tirava bastante tempo pra me preparar para as olimpíadas. Eu só foquei em estudar pro Enem 2 meses antes da prova.

A redação, porém, uma das competências mais importantes para a nota final do exame, exigiu um esforço a mais. Toda semana, Cássia elaborava pelo menos um texto no molde dissertativo-argumentativo, que é o gênero cobrado no Enem.

“Sempre gostei de ler, mas eu tinha bastante dificuldade de escrever. Como sou mais da área das exatas, eu demorava muito a escrever a redação completa. Mas estudando e treinando, deu certo”, comemora.

Mesmo com “pouco conhecimento” sobre o tema proposto na redação do Enem 2021 – “invisibilidade e registro civil” –, a estudante conseguiu aplicar as técnicas aprendidas ao longo do ano e atingir o objetivo final.

“Queria ajudar minha família”

A nota mil na redação aproxima Cássia da meta que estabeleceu para si já em 2021: ser médica formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). 

Decidiu, no meio do caminho, trabalhar com gente, e não mais com os ofícios que assumiria se formada nos Institutos Tecnológico de Aeronáutica (ITA) ou Militar de Engenharia (IME).

Não quis Medicina desde sempre, foi uma decisão recente. Antes, estudava pro ITA e IME, mas vi que talvez não fosse muito a minha cara. Queria fazer algo que pudesse ter conhecimento pra ajudar minha família.

É por esse motivo principal que, antes mesmo de ingressar na universidade, Cássia já tem em mente a área na qual deve se especializar: “pensei em geriatria”.