Suspeito de chefiar tráfico e de envolvimento em 200 homicídios será reconduzido para Bahia

‘Robson Luxúria’ vivia por três meses em um bairro de luxo, na cidade de Iguatu. A casa, com aluguel mensal no valor de R$ 4 mil, tinha amplo espaço de lazer e piscina.

Escrito por Honório Barbosa , seguranca@svm.com.br
Legenda: Residência onde o suspeito foi preso na noite de ontem (12) fica situada em um bairro de alto padrão na cidade de Iguatu
Foto: Honório Barbosa

Será recambiado para Salvador nesta quarta-feira (13), o suspeito de chefiar o tráfico de drogas no interior cearense. Robson de Jesus, 36 anos, conhecido por ‘Robson Luxúria’, também suspeito de envolvimento em cerca de 200 homicídios, foi preso na tarde de ontem na cidade de Iguatu e à noite foi levado de helicóptero para a Delegacia de Capturas e Polinter, em Fortaleza. 

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O deslocamento do suspeito da Delegacia Regional de Polícia Civil até o aeroporto foi feito sob forte esquema de segurança de policiais militares. “Ele é um dos chefes do tráfico, movimentava toneladas de droga”, disse o delegado Marcos Sandro de Lira. “Tem pelo menos quatro mandados de prisão da Justiça da Bahia e era o número um mais procurado daquele estado”.

Investigação 

Há cerca de dez dias a Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu recebeu informações da Polícia da Bahia quanto ao paradeiro do suspeito. Após identificação do endereço, no bairro Planalto, uma área cujas moradias são de alto padrão, investigadores “ficaram em campana por três dias esperando movimentação”, contou o delegado, Marcos Sandro Nazaré de Lira.   

No fim da tarde de ontem, uma camioneta Hilux saiu da casa e foi perseguida pelos investigadores da Polícia Civil. “O carro foi interceptado na rodovia estadual (CE 153) próximo à cidade de Quixelô”, detalhou o delegado. “A mulher do suspeito estava conduzindo o veículo e disse que achava que era uma tentativa de sequestro, por isso seguiu para a cidade vizinha”.

Ao ser abordada pelos policiais, ela teria confirmado a presença do suspeito, que usava um documento falso como o nome de Ronaldo, natural de Jucás. Em seguida, os policiais retornaram à casa e efetuaram a prisão.   

Ainda de acordo com as investigações, o suspeito morava na casa há três meses. O valor do aluguel era de R$ 4 mil. Policiais apreenderam na residência dezenas de joias, 47 relógios de alto padrão, sete aparelhos celulares, 29 chips telefônicos, um documento falso, além de um punhal cravejado com pedras. A casa onde o suspeito estava escondido era de luxo, com piscina e área de lazer.

Rotina discreta

O bairro Planalto tem casas amplas, com apenas duas ou três por quarteirões. Muradas, as casas ficam isoladas e se vê pouca movimentação nas ruas. Os vizinhos evitam falar sobre o caso, mas em condição de anonimato uma moradora disse que “não percebeu nada de estranho”. 

Uma empregada doméstica, que também pediu para não ser identificada, contou que “a casa ficava o tempo toda fechada e não se via gente saindo ou entrando”.

Na área não há costume de moradores ficarem fora de suas casas. “Para mim, foi uma surpresa grande. A gente nunca imagina que uma pessoa perigosa venha morar aqui, perto da gente”, disse um aposentado, morador próximo à casa onde o suspeito de tráfico e homicídio estava residindo.  

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