Produtos começam a faltar nas prateleiras

A oferta de leite longa vida e dos itens hortifrúti foi a mais prejudicada, diz associação do setor

Escrito por Redação ,
Legenda: Estabelecimentos que chegavam a receber 60 caminhões por dia viram seus centros de distribuição parados durante todo o dia de ontem (24) em decorrência da greve dos caminhoneiros
Foto: FOTO: WALESKA SANTIAGO

Em mais um dia com o recebimento de mercadorias comprometido pela paralisação dos caminhoneiros, supermercados da Capital cearense e Interior viram ontem (24) seus estoques esvaziando de forma mais agressiva. A oferta de produtos como o leite longa vida, além dos itens hortifrúti granjeiro - com destaque para a batata - nos estabelecimentos ficou deficiente nos últimos dias. A expectativa é que a situação seja normalizada em breve, levando em consideração a suspensão da greve por 15 dias. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) e a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) não aderiram à trégua e seguem com a paralisação.

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"Hoje (ontem), já não tivemos boa parte do leite pasteurizado. O leite longa vida, por exemplo, pode acabar em nossos estoques a qualquer momento", diz o presidente da entidade, Gerardo Vieira, reforçando ainda a preocupação diante da paralisação.

Isso porque, conforme destaca Vieira, há produtos extremamente perecíveis, como a batata. Por esse motivo, apesar da corrida de parte da população aos supermercados temendo escassez dos produtos, ele destaca que os supermercados não limitaram a quantidade de itens adquiridos pelos consumidores, assim como ocorreu em outros estabelecimentos pelo País.

Em São Paulo, a medida foi adotada por supermercados que já estavam com a reposição do estoque comprometida nessa quinta-feira (24). "A princípio, nós não limitamos a venda. Nos produtos mais perecíveis, nós não podíamos limitar a venda", diz. "Nós ficamos extremamente preocupados e já sinalizamos para nossos clientes a alta em alguns produtos por conta da escassez. Há a probabilidade de a gente não ter mais o produto se a coisa continuar", acrescenta.

Alguns supermercados, que chegam a descarregar entre 20 e 60 caminhões de produtos por dia, "ontem não receberam nenhum". "Também não saíram caminhões dos distribuidores que vendem para o Interior sob risco de serem saqueados. Não entrou ou saiu qualquer mercadoria".

Além do próprio bloqueio das vias, ele frisa que os carros e caminhões que distribuem os produtos para o Interior enfrentaram a dificuldade da escassez no combustível, que também teve o seu fornecimento afetado nesses dias de greve.

País inteiro foi afetado

Em nota emitida nessa quinta-feira, a Associação Brasileira de Supermercados enumerou os estados que tiveram o abastecimento comprometido com a paralisação dos processos logísticos. Além do Ceará, outras 12 unidades da Federação passaram pela mesma situação.

"Em relação aos produtos não perecíveis, os estabelecimentos possuem um estoque médio de produtos não perecíveis e, por enquanto, ainda não há problemas", diz a nota da entidade.

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