Restaurantes vão repassar aumento

Escrito por Redação ,
Legenda: Segundo o Sindirest, setor não deve recorrer a demissões com o custo da reoneração
Foto: FOTO: JOSÉ LEOMAR

A reoneração da folha de pagamento de alguns setores, aprovada na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (23), não deve gerar, em um primeiro momento, demissões nos bares, restaurantes e similares em um primeiro momento, mas o impacto do custo adicional para os empresários deve, sim, ser repassado ao consumidor. O setor de serviços, que inclui a atividade desses estabelecimentos, é um dos que faziam parte da desoneração aprovada no governo Dilma em 2011 e, desta vez, ficou de fora.

O presidente do Sindicato de Bares, Restaurantes, Buffets e Similares do estado do Ceará, Moraes Neto, destaca que o setor de serviços e o segmento de bares e restaurantes "emprega muito e que um dos maiores custos é com pessoal". "Nós entendemos que essa medida foi equivocada e emergencial, penalizando o setor produtivo. É mais um custo que vai ser passado para a gente porque o governo não consegue administrar os custos deles e fica puxando daqui e dali", critica.

Sobre o repasse dos custos ao consumidor, ele destaca como "necessário, pois sem isso, a conta não fecha". "Se a empresa absorver esse custo sem repasse, internamente ela terá uma série de dificuldades", ressalta o presidente do Sindirest.

Com a reoneração da folha de pagamento de algumas atividades, empresários e funcionários temem cortes nos quadros de empregados como saída para manter a sustentabilidade da empresa. Moraes Neto destaca, entretanto, que não devem acontecer cortes. "Nós já estamos vivendo uma situação muito complexa. A gente vem essa crise toda tentando manter um quadro já enxuto", justifica.

Ele acrescenta, portanto, que essa medida só deve ser adotada em situação extrema. "Seria uma situação extrema. Hoje nós já vivemos com um consumidor que também não está podendo pagar. Nós esperávamos uma melhoria da economia neste ano e não está acontecendo conforme o esperado. Nessa situação, o consumo das famílias fica bastante inibido", arremata o presidente do Sindirest.

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