Mercado internacional é alternativa

Escrito por Redação ,

Há 32 anos no mercado cearense comercializando roupas de dormir e acessórios personalizados, a Take a Nap mantém sólidas algumas características que fazem parte de seu DNA, como a criatividade e a inovação. A marca continua atenta a tudo que acontece no universo digital, e-commerce, aplicativos e mídias sociais. Desde junho deste ano, começou a vender seus produtos nos Estados Unidos, pelo site Amazon.Com.

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É inerente da marca não depender apenas de um canal de vendas. Na empresa, os efeitos da retração econômica passaram a ser sentidos no ano passado, tanto na redução das vendas quanto no aumento dos preços das matérias-primas utilizadas na fabricação das peças.

O repasse dos custos ao cliente foi descartado. Segundo o diretor-executivo da empresa, Fauber Diogo, do planejamento estratégico anual da marca, percebeu-se que as duas lojas físicas em Fortaleza tinham abrangência comercial limitada e era hora de ampliar a atuação.

Custo baixo

Primeiro veio a loja virtual no Brasil, que atualmente corresponde a 10% das vendas da empresa. Ela segue os mesmos moldes da física e também dispõe de interatividade e personalização. "Isso impulsiona as vendas e dá credibilidade", destaca Diogo. Para ele, o e-commerce é uma saída economicamente viável em tempos de crise. "Na internet, a loja custa 10% do valor que seria para abrir uma loja física Take a Nap, em virtude dos custos elevados de projeto arquitetônico, execução e móveis especiais. É um aporte de três dígitos", acrescenta.

O diretor aponta outra vantagem do mundo digital, a manutenção dos custos fixos, diferentemente do que ocorre na loja presencial. "Entre as despesas fixas têm equipe de vendas, apoio, luz, aluguel e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)", lista. Ele destaca que, na internet, os riscos são mínimos, o gasto maior é na expedição dos pedidos. "A gente pulveriza vendas e ganha escala, e os custos fixos são rateados", observa.

A expectativa é que, em um ou dois anos, esse modelo de loja venda o mesmo que as duas físicas. Atualmente, a empresa vende entre 7 e 8 mil peças mensalmente. Toda a produção, do desenvolvimento à execução, acontece em Fortaleza. Entre pontos de vendas e fábrica, são 70 colaboradores.

Tecnologia a favor

Para manter a liderança no nicho de atuação, a Take a Nap está sempre inovando. A internacionalização da marca, via Amazon.Com, já é uma nova percepção. Há cerca de 90 dias, entraram no mercado americano com um parceiro em Miami.

"Vimos uma boa oportunidade por conta da comunidade latina que reside lá. Além disso, a Florida é um mercado grande. Podemos introduzir a marca sem fazer um aporte numa loja física, pois os riscos seriam enormes", analisa.

Atualmente, já existe um centro de distribuição em Miami com cerca de 3 mil peças, cujo investimento no mix de produtos foi de quase R$ 100 mil para atender a pronta-entrega. Os pedidos são diários. De junho a agosto deste ano, foram cerca de 80 vendas. "A projeção é ter entre 50 a 100 pedidos por dia, daqui um ou dois anos", almeja. A marca já prospecta negócios na Europa e Oceania, mas não tem data definida.

Outra ação diferenciada é a venda por meio do aplicativo Spreesy, ainda pouco conhecido no Brasil. Trata-se de um app utilizado por lojistas para divulgar produtos nas mídias sociais. Quando o usuário clica, não precisa ser direcionado para outra página, pois já entra de forma segura no ambiente de compra.

Segundo Diogo, são maneiras de utilizar a tecnologia a seu favor. "Já conseguimos ter resultados de negócios com isso. A inovação é muito forte, e é preciso ter tecnologia no design e no processo produtivo" reforça. Atualmente, o investimento nessa área representa 5% do faturamento da empresa.

Planos

A curto prazo, a estratégia está direcionada nos canais de vendas, mantendo o negócio na loja física para superar a crise e atingir novos clientes por meio do e-commerce e outras parcerias. "É a pulverização de canais tradicionais e canais emergentes", diz Diogo. A médio e longo prazo, será dado início ao processo de franquias, que já está em análise e conta com interessados. A previsão é para o segundo semestre de 2017.

A diretora geral da marca, Stella Targino, afirma que não quer deixar "todos os ovos na mesma cesta", independentemente da crise econômica. E planeja um site de vendas para atender à demanda do mercado externo. "É uma perspectiva boa, e o parceiro está empolgado", comemora.

Ela reforça a importância do marketing, no sentido de criar ações para os diferentes públicos e campanhas em mídias sociais. Segundo a diretora, atualmente, a concorrência está no celular e nas lojas virtuais, e não no vizinho. "É preciso inovar sempre, a divulgação no outdoor e na mala direta mudou. Não se sabe como será daqui um ano", finaliza.

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