Cortar despesas é prioridade
A contenção de despesas está sendo a principal medida adotada pelos varejistas para permanecerem no mercado, aponta pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em agosto deste ano, conforme o levantamento, 38% dos empresários afirmaram cortar gastos para driblar a crise econômica.
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Mesmo o corte de pessoal figurando no segundo lugar, 84,1% dos empresários não pretendem demitir atualmente, contra 8,6% que consideram esta atitude. A pesquisa também revela que 62,9% dos entrevistados tiveram de dispensar funcionários no primeiro semestre de 2016.
Ainda como reflexo das dificuldades econômicas, 50% dos entrevistados dizem estar com seus negócio estagnados, 12,9% afirmam que estão em crise e outros 13,1% no vermelho. Por outro lado, 20% falam que suas empresas continuam crescendo.
Maiores impactos
Na percepção dos empresários que se dizem afetados pela crise (87,3%), o maior impactos sobre os seus negócios foi a diminuição das vendas (70%), seguida do aumento do pagamento de impostos (51%) e da inadimplência dos clientes (32,8%).
Crise política
Para os entrevistados, o maior impacto da crise política na economia foi o aumento do desemprego (65,8%), o aumento de tributos (50,5%) e a retração das vendas (45,7%). Para que o País volte a crescer, na opinião dos empresários, as principais atitudes que devem ser tomadas pelo governo federal são a redução dos impostos (42,7%), o combate à corrupção (42,7%) e o controle da inflação (39,1%).
Mesmo 33,5% dos entrevistados temendo que o Brasil não saia da crise neste ano, 48% acreditam que o segundo semestre será melhor que o primeiro, enquanto apenas 6,8% preveem um cenário pior.
'Fundo do poço'
"Os números deixam claro que a sensação dos empresários é que a economia já chegou ao fundo do poço, em que a curva econômica passa a ser ascendente. Certamente, 2017 será um ano de retomada do crescimento", destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, acrescentando que "o aumento do desemprego no País ainda preocupa, mas essa fase já passou no varejo".
A pesquisa foi feita com 822 empresários de todos os portes dos setores de comércio e serviços, nas 27 capitais do Brasil e também em cidades do interior.