Saiba como aliviar ou prevenir a exaustão física e mental no período de pandemia

Adotar hábitos saudáveis pode ser o ponto de equilíbrio para quem convive com situações de sobrecarga física, emocional e psicológica, durante quase um ano de distanciamento social

A exaustão caracterizada pela sobrecarga física, emocional e psicológica é apontada por profissionais da psicologia com uma das principais queixas dos pacientes nos últimos dez meses, período de distanciamento social devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Portanto, seja por motivos profissionais ou pessoais, é importante ficar atento aos sintomas. A síndrome é caracterizada por cansaço extremo (físico ou mental), insônia, estresse, apatia, irritabilidade, fadiga física e desmotivação. Ao sentir alguns desses sinais, um profissional da sua confiança deve ser consultado para auxiliar no tratamento.

A principal dica da psicóloga Camila dos Santos para quem convive diariamente com algum dos sintomas da exaustão, seja ela física ou mental, é aderir a hábitos saudáveis, seja na alimentação, na qualidade do sono ou prática esportiva. Caso contrário, entenda, a recuperação exige tempo e atenção específica.

“Na pandemia, a exaustão continua sendo agravada pela sensação de falta de projeção futura. E a dificuldade de lidar com as mudanças de hábitos, novos formatos de trabalho, de aulas e as incertezas do amanhã, fere nossa habilidade de planejamento e faz com que aumente nossos sentimentos de insegurança”, alerta a psicóloga.

Prevenir ou se livrar da exaustão 
Mudar os hábitos para melhorar o bem-estar e a qualidade de vida é essencial, mas nada de alterações radicais, tudo deve ser feito com cautela. “Transformações bruscas podem alterar o funcionamento de hormônios importantes, a exemplo do cortesol (estresse) e a melatonina (sono), propiciando sintomas que levam a exaustão. Dessa forma, evite flutuações, não importa a hora que a pessoa for dormir, o fundamental é acorde e se alimente sempre no mesmo horário. Isso ajuda a acertar os ritmos biológicos”.

Largar os aparelhos eletrônicos pouco antes de dormir também ajuda a aliviar a tensão acumulada no dia a dia. Portanto, evite utilizar as telas por muito tempo, princialmente à noite, pois a luz azul emitida pelos dispositivos eletrônicos influencia a fabricação de melatonina, o hormônio que avisa ao corpo que à noite chegou. “Com a overdose de telas, o cérebro entende ser dia o tempo todo e não consegue "desligar”. Até o cortisol, o hormônio do estresse e da disposição, cuja produção cai à noite, é afetado, podendo gerar indisposição e fadiga”, alerta Camila.

No trabalho, presencial ou remoto, a recomendação é se movimentar mais. Fazer pausas de 5 minutos para um café, tomar água e a cada hora caminhar, se alongar alivia o cérebro.  Conversas com amigos e familiares, mesmo por meio de encontros virtuais causam sensações de prazer e bem-estar.

Praticar atividade física também é uma alternativa saudável, capaz de reduzir ou zerar os sintomas da exaustão. E para quem prefere evitar as academias nesse período crítico de contaminação pela covid-19, os exercícios podem ser realizados ao ar livre, garantindo assim, a saúde física e mental sem aglomeração.

A advogada Airles Malveira libera o estresse diário no treino pesado realizado na academia.

Yoga para Todes 

Pois, é nessa vibe de desafios, incertezas, readaptações e de respeitar as medidas de proteção e segurança contra a pandemia do novo coronavírus, que a psicóloga e professora de Yoga Carol Carneiro assegura a presença dos praticantes da modalidade e sua renda mensal, nas aulas ministradas em espaços abertos. Ela afirma que o Yoga é para todes. “Sem dúvidas, atravessar o isolamento social carece de sabedoria, e a prática da Yoga, tem feito toda a diferença na minha caminhada e na dos meus alunes. Sigo aprendendo e levando esse conhecimento que carrega poder de cura, adiante”, confessa.

No momento as aulas seguem no formato híbrido, on line ou presencial ao ar livre, com a quantidade de alunos reduzida e aulas realizadas apenas duas vezes por semana.

“Gradualmente fomos nos adaptando ao formato pandêmico e seguindo as regras conforme os decretos estaduais. A experiência do contato com a natureza é incrível”, pontua Carol.

Apaixonada por sua escolha profissional, a professora nos leva a refletir sobre os benefícios da prática milenar. Para ela, o Yoga é um convida a cada um olhar para dentro si, a praticar o autocuidado. A atividade contribui para uma melhor qualidade de vida, proporciona clareza mental, foco, equilíbrio, possibilita transformações e descobertas.

“Yoga é para todes. Em isolamento social, se torna mais importante manter as práticas ativas. Ansiedade, medo, insegurança são sintomas físicos afetados nesse momento de pandemia, que podem ser reduzidos com a prática da modalidade”, ressalta a professora Carol Carneiro. 

Enfim, seja na prática de atividades físicas, na escolha alimentar, ao cantar, dançar ou no bate-papo virtual com a família, amigos, namorado ou crush, o importante é fazer algo prazeroso, que proporcione conforto, bem-estar e elimine os sintomas da exaustão.