Por conta do isolamento social, atividades culturais via internet passaram a ser opção durante a pandemia do coronavírus. Pesquisa realizada pelo Itaú Cultural e Datafolha busca compreender este atual cenário. Divulgado nessa terça-feira (20), o estudo revela que 57% dos entrevistados passaram a usar mais a internet nesse período. Ouvir música foi o hábito mais comum entre 84% dos brasileiros ouvidos.
Realizado entre os dias 5 e 14 de setembro, o levantamento entrevistou 1.521 pessoas de todas as regiões do País. A faixa etária desse público varia entre 16 e 65 anos. O aparelho celular foi a principal forma de acesso dos usuários. 90% afirmaram ter consumido cultura por meio destas plataformas.
Para o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, é preciso reforçar que o setor cultural foi o primeiro a parar e será o último a voltar plenamente. A pesquisa, portanto, é uma estratégia para compreender o consumo de ações culturais no ambiente virtual.
"As instituições já tinham esse diálogo com o online, mas nunca foi tão intenso, em virtude da pandemia", descreve o gestor.
Consumo
Entre os que acessam a internet, 73% declaram assistir filmes e séries e 60% dizem assistir shows no espaço online.
A leitura de livros digitais e cursos livres foram mencionados por 38% dos participantes.
Jogos eletrônicos foram apontados por 34%, seguidos por seminários online (32%), atividades infantis (28%), podcasts (26%), espetáculos de teatro (21%) e visitas a museus e exposições (17%).
Depois do vendaval
Durante os meses de pico da pandemia, muito se comentou em torno dos eventos virtuais se consolidarem de vez com o público. No entanto, o estudo descreve que a intenção de continuar consumindo o formato após a pandemia não é prioridade.
Entre os que assistiram shows online (60%) a queda é maior. A intenção de manter a prática cai para 53% loque que o isolamento termine. 73% dizem assistir filmes e séries na web neste momento de suspensão social, mas 69% pretendem continuar a realizar este tipo de atividade quando a crise for superada.