Murais pintados no Festival Concreto modificam a paisagem das ruas de Fortaleza

Até maio, a oitava edição do evento adicionará outro colorido e visual a diferentes muros e territórios da cidade

Outra forma de apreciar a paisagem urbana de Fortaleza. Em sua oitava edição, o Festival Concreto modifica o cinza da urbe com a cultura de grafites repletos de expressão. Até maio, será possível testemunhar uma série de trabalhos pintados em diferentes espaços públicos da capital.  

O multicolorido revela a imaginação de uma rica seleção de artistas. Nomes estrangeiros e nacionais lançam tintas e propõem um contato visual único com a rua. As obras de arte a céu aberto estão nos territórios e prédios dos bairros Praia de Iracema, Edson Queiroz, Jangurussu e Barroso.  

Diferente de anos anteriores (quando era realizado em 10 dias), o festival traz sete meses de programação. “Um Festival plural, que vivencia as diferentes linguagens no meio urbano, abraçando os artistas em seus diversos percursos”, explicam os organizadores em nota. 

O Dia do Graffiti, celebrado no último domingo (27), ganhou destaque no evento. A data foi lembrada com a ação coletiva “Baião de Letras”, em que diversos grafiteiros uniram os traços e levaram vida ao estacionamento da Estação das Artes, localizado entre as ruas Senador Jaguaribe e General Sampaio (ao lado da Escola de Gastronomia e Hotelaria Do Ceará). 

Além dos artistas Ise e Xoras (ambos de SP), participaram 100 nomes selecionados por meio do Instagram do Concreto. Para efetivar esse momento de troca, a produção disponibilizou tintas e spray para os participantes. 

Iracema de cores 

A poucos metros dessa intervenção, os 155 anos da Biblioteca Estadual do Ceará ganharam poesia pelas cores de Otavio Rodrigues, terroristas del amor, Amanda Nunes, Brooks, Marquinhos Abu e Franklin Stein.  

Na mesma Praia de Iracema, o Concreto também atravessou as paredes do Porto Iracema das Artes e Centro Dragão do Mar de Arte de Cultura (CDMAC). No primeiro espaço, o público pode conferir as artes do paraibano Shiko, do cearense Rafael Limaverde e da piauiense Luna Bastos

Shiko celebrou a cultura de Lia do Itamaracá. Já Limaverde realizou o mural "Galdino, o Fazedor de Bestas", que se inspira no expoente da escultura fantástica brasileira, Manoel Galdino. Luna Bastos reverenciou a poesia da música "Menina Passarinho", de autoria da cantora e compositora Cátia de França. 

O duo alemão Doppeldenk transformou uma parte externa do CDMAC com sua produção vibrante, marcada pelo traço preciso e as formas geométricas.O Dragão do Mar também contou com arte produzida pelo paulista Onesto.

O formato da oitava edição, composta por diferentes etapas, facilita o intercâmbio entre as artistas presentes no Festival Concreto. “Essa abertura no tempo está possibilitando novos encontros, novas possibilidades e a gente tá abraçando e vendo aonde vai dar”, aponta em nota, o artista urbano e idealizador do evento, Narcélio Grud.