Com uma disposição de causar inveja, Ieda Baquit encara uma rotina de exercícios físicos diários junto ao nascer do sol. Além da academia, a administradora mantém a saúde do corpo e da mente com a prática da osteopatia e de massagens intercaladas entre localizadas e relaxantes. Na dieta costuma substituir, sem sacrifício, os carboidratos por frutas, verduras, legumes e proteínas, exceto a carne vermelha. Ingerir mais de dois litros de água por dia também é um dos hábitos adotados.
Na semana, Ieda evita o consumo de bebidas alcoólicas, doces e carboidratos. Desta forma, consegue apreciar, sem culpa, o vinho de sua preferência ou uma caipirosca no fim de semana e, de quebra, se mantém em paz com a balança. Ieda Baquit é, literalmente, uma jovem senhora, disciplinada e que sabe aproveitar a vida, respeitando as restrições e cumprindo corretamente as orientações de profissionais da saúde.
Experiência
Na avaliação do geriatra Paulo Camiz, quem não se cuida fica vulnerável à depressão ou ansiedade. "O melhor remédio é, portanto, a prevenção. Não leve mais a vida tanto a sério: procure ter momentos relaxantes, controlar o estresse e estar sempre aberto a fazer novos amigos", aconselha o médico.
O jeito expansivo e bem-humorado de Ieda são pontos favoráveis na eliminação da canseira e do baixo astral. Além disso, ela conta com a ajuda de terapias que auxiliam na fluidez de boas ideias, relaxamento e bem-estar físico e mental.
Para Paulo Camiz, socializar é cada vez mais importante conforme o passar dos anos. Por esta razão, a companhia dos filhos, os encontros com os irmãos, amigos, foco e empolgação no trabalho são fatores fundamentais na qualidade de vida de Ieda Baquit.
"Eu não abro mão da minha religião. No domingo tenho que ir à missa, pedir a Deus para me iluminar, me guiar. Acho que esse ato é muito responsável por eu ser uma pessoa de bem com a vida", confessa.
Maturidade
Conforme a psicóloga Vânia Calazans, estudos mostram que pessoas acima dos 50 anos têm uma satisfação maior em relação à vida. "Elas lidam melhor com as frustrações, valorizam mais os bons momentos, priorizam a qualidade de vida, procuram alimentar uma vida social e divertida, E já não têm tanto espaço emocional para se preocupar com bobagens".
Segundo a psicóloga, essa mudança de olhar na maturidade ocorre em função das experiências. A pessoa com 50 anos já passou por inúmeras situações e já sabe lidar melhor com as dificuldades e negociar de forma mais efetiva. Neste momento é mais comum optar pela felicidade.
Aos 58 anos, a administradora e gerente de produtos têxteis, encara essa etapa com plenitude. Apesar da preocupação com a balança para manter a saúde equilibrada e o manequim tamanho 40, sustentado há dez anos, ela se considera muito feliz. Ieda também vive um momento intenso e relaxante em que a faz perceber a satisfação pessoal de maneira simples e leve.
"É bacana chegar aos 50 anos e viver essa idade, mesmo que tenha os quilinhos a mais, algumas ruguinhas, celulites ou pelezinha sobrando. Mas isso faz parte da vida, acho que são referentes à linha do tempo. Enfim, sou triste e sou feliz, não dá para viver na plástica, até porque eu trabalho, tenho uma vida ativa. E ser modelo não faz parte da minha vida. Sou uma pessoa muito normal", pontua.
Autoestima
Após os 50 anos, Vânia Calazans explica que a maioria das mulheres, gênero que mais sofre com pressões sobre o corpo, já não se importa mais com a avaliação alheia, passando a aceitar seu próprio corpo, sua postura e se sentindo confortável consigo mesma. "A mulher se percebe mais autêntica. Ela sabe que pode ser interessante e sedutora".
Em relação à conscientização e aceitação da idade, Ieda já provou que é completamente bem resolvida. "Acho muito nada a ver uma mulher como eu, acima dos 50 anos, usar roupas com estilo de 20 ou 30. Porém, não tenho problemas com isso. Cada uma adota o que a faz se sentir bem, o importante é ser feliz. Mas eu não tenho muito essa atitude de vestir fora da minha idade", diz.
De acordo com a psicóloga, esse é um momento da vida que sobra mais espaço e tempo para que a pessoa olhe para si, se enxergue e se priorize. Ieda, por exemplo, revela que conquistou esse autoconhecimento com muita fé em algo superior, praticando o amor, o sorriso e a gratidão. "Tudo isso me traz felicidade e me deixa de bem com a vida".