Longa cearense ganha prêmio da crítica na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Evento terminou no último sábado (27) e divulgou longas e curtas premiados da edição

A produção audiovisual cearense foi reconhecida na cerimônia de premiação da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O longa “Estranho Caminho”, dirigido por Guto Parente, foi escolhido como melhor filme da Mostra Autorias, seção competitiva que estreou neste ano no evento.

O longa protagonizado por Lucas Limeira acompanha um jovem cineasta que retorna à cidade natal, se vê surpreendido pelo rápido avanço da pandemia e acaba tendo que reencontrar o pai, com quem não fala há mais de uma década.

A premiação foi concedida por um júri formado por jornalistas integrantes da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Na justificativa, o grupo que premiou o filme cearense destacou a “maturidade de uma direção que prima ao experimentar na intersecção de subgêneros e propostas estéticas”. 

“Estranho Caminho” estreou em junho de 2023 no Festival de Tribeca, em Nova Iorque, onde ganhou quatro prêmios, incluindo o de Melhor Filme. O longa também foi um dos pré-finalistas a representar o Brasil no Oscar 2024. 

Ceará em Tiradentes

Nesta edição, sete filmes cearenses — sendo cinco curtas e dois longas — foram selecionados em diferentes mostras em Tiradentes. Deles, dois estavam em seções competitivas: “Estranho Caminho” e o curta “Onde Está Mymye Mastroiagnne?”, de biarritzzz.

Dentre os curtas produzidos ou coproduzidos no Estado, o destaque foi para a maioria de profissionais trans no protagonismo e na direção das obras.

Neste ano, a curadoria estreou ainda a Mostra Clássicos de Tiradentes, cuja primeira edição foi voltada à produtora cearense Alumbramento. Nela, foram exibidos o longa "Estrada para Ythaca” e o curta "Meu amigo Mineiro”. 

Ressaltando o projeto ainda em curso de criar uma plataforma com obras exibidas no festival em anos anteriores, a coordenadora geral da Mostra, Raquel Hallak, destacou a presença das produções cearenses na edição.

“A gente tem 27 anos, é a história da retomada do cinema brasileiro. Como eu vou revisitar esses filmes? O que representam com um olhar de hoje? A gente criou a Clássicos de Tiradentes muito já dentro desse viés: esses são filhos de Tiradentes, filmes emblemáticos da história do evento e da história do cinema brasileiro”, definiu.

Mais premiações

A Mostra de Cinema de Tiradentes tem como principal seção competitiva a Mostra Aurora, que, neste ano, premiou o longa documentário “Lista de Desejos para Superagüi” (PR), de Pedro Giongo. "Maçãs no Escuro” (SP), de Tiago A. Neves, recebeu menção honrosa do júri oficial.

Outro longa premiado foi “Aquele que Viu o Abismo” (SP), de Negro Léo e Gregorio Gananian, vencedor da Mostra Olhos Livres. Entre os curtas, a diretora Kerexu Martim, do filme “Aguyjevete Araxi’I” (SP), recebeu o Prêmio Helena Ignez 2023 de destaque feminino. Já “Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho” (RJ), de Allan Ribeiro, foi escolhido o melhor curta e recebeu, ainda, o Prêmio Canal Brasil.

 

*Jornalista viajou a convite da Mostra de Cinema de Tiradentes