Assalto ao Banco Central: vimos a série 3 Tonelada$ da Netflix e selecionamos 5 destaques

Produção do serviço de streaming resgata fatos e arquivos inéditos para recontar um dos crimes mais comentados da história policial brasileira

O caso do furto ao Banco Central de Fortaleza chega ao catálogo da Netflix. A série documental “3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central” recupera depoimentos e arquivos inéditos para recontar essa história que ocupou o noticiário internacional. 

Em agosto de 2005, um grupo invadiu o caixa-forte da instituição e levou 164,5 milhões de reais, o equivalente a 3,5 toneladas de cédulas de 50 reais. A produção revela detalhes vitais em torno da ação. Adentra e coloca em lados opostos tanto o crime como o processo de investigação. 

O golpe que pareceu “coisa de cinema” teve consequências violentas ao longo dos anos, repercutindo em uma série de sequestros, extorsões e assassinatos. Listamos algumas curiosidades que ajudarão a entender a produção que revela o engenhoso crime que entrou para história.  

 

 O que a série traz de novo em relação ao caso? 

Os três episódios do documentário reúnem arquivos, escutas e imagens até hoje nunca vistas. Um exemplo é a ação que resultou na captura de Antônio Jussivan Alves dos Santos, o “Alemão”. Outro aspecto considerado vital é o relato de policiais envolvidos no processo de investigação. 

A série filmou dois agentes que atuaram infiltrados durante as investigações e que nunca haviam falado sobre o assalto. Por ainda estarem na ativa, eles tiveram suas vozes e identidades preservadas. 

 

Como o Ceará é visto no documentário? 

 Com cenas e depoimentos filmados em diferentes cidades do País, "3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central" tem como centro da trama o crime ocorrido na capital cearense. Ao recriar os passos percorridos pelos investigadores, a produção passeia por diferentes bairros de Fortaleza como o Centro e Mondumbim.  

A cidade de Boa Viagem também é destaque na produção. O município cearense, situado a 222 km da Capital, foi cenário das buscas aos suspeitos e até mesmo do destino dado à parte do dinheiro levado do Banco Central.   

Quais dos envolvidos no assalto participa da série?  

Mais de 30 pessoas foram entrevistadas para o documentário, entre policiais federais, jornalistas, pesquisadores, procuradores e juízes. Segundo o diretor Daniel Billio, em entrevista para o Diário do Nordeste, a equipe buscou o contato com integrantes da quadrilha.  

Alguns desistiram de participar e outros exigiam condições que fugiam ao alcance da produção. No entanto, a série traz o depoimento inédito de um dos líderes do crime, que tem sua identidade e voz preservada. 

Foram dois meses de negociação para que se estabelecesse uma relação de confiança e ele pudesse contar sua versão dos fatos. Outro envolvido estava discutindo sua participação, quando foi preso por outro crime.  

Entre os agentes públicos de segurança do Ceará que participa de "3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central" está o delegado de polícia civil Luiz Carlos Dantas. “A conversa que tivemos com esses outros que não aparecem efetivamente no documentário também foram importantes para fazermos esse cruzamento de informações. Mesmo não aparecendo, ajudava a apurar as outras histórias que eram contadas”, conta o diretor Daniel Billio. 

 

Como a série de divide e o que conta cada episódio?  

Ao todo, são três capítulos de aproximadamente 60 minutos cada. Momentos cruciais do caso foram reencenados com base nos relatos de criminosos e policiais. A primeira parte se chama “O Crime” e aborda todo o engenhoso esquema de invasão ao Banco Central.  

Em seguida vem “A “Caçada” que adentra os detalhes do processo de investigação da polícia. Último episódio, “Dinheiro Maldito” revela os desdobramentos e consequências que o crime em Fortaleza rendeu para os envolvidos. Uma mostra de que o crime perfeito é uma ilusão 

 

 A história do assalto se conecta com outros crimes? 

Ao longo de cinco anos, a equipe especializada em crimes contra o patrimônio investigou, localizou e prendeu, em diferentes pontos do país, mais de 30 ladrões diretamente envolvidos no caso do Banco Central.  

Após a ação do Banco Central de Fortaleza, a série mostra que existiram outras tentativas de furto ao cofre de instituições financeiras do Brasil e até Paraguai. A investigação chegou a desmontar um túnel similar que tentava invadir duas agências bancárias no centro de Porto Alegre (RS). Aqui, os envolvidos chegaram a comprar um prédio para tocar a operação. 

O golpe deixou um rastro de extorsões, sequestros e assassinatos na vida dos assaltantes e seus familiares. Estes crimes contaram com a participação de policiais corruptos.