O artista plástico e escultor Emanoel Araujo morreu aos 81 anos em São Paulo, nesta quarta-feira (7). Conforme o g1, o curador do Museu Afro Brasil foi encontrado por volta das 10h por um funcionário do museu na residência dele, no bairro da Bela Vista, capital paulista.
A nota do óbito foi divulgada pelo equipamento cultural. "Emanoel Araujo sempre foi um patriota que elevou e divulgou o Brasil e a cultura do nosso país", disse.
Após a morte, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), lamentou a perda e decretou luto oficial de três dias no estado. "Emanoel Araújo foi um ícone da cultura negra no Brasil. Artista, professor, pesquisador e gestor público de múltiplos talentos, Emanoel deu uma nova dinâmica à Pinacoteca de São Paulo", escreveu.
"Fundou o Museu AfroBrasil e trabalhou durante toda sua vida pela valorização da história da arte afrodescendente brasileira e da arte africana. São Paulo seguirá com seus ensinamentos”.
Pêsames pela morte
Além de Rodrigo Garcia, o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, se solidarizou pela perda de Emanoel, apontando a importância do legado dele. “Além de grande artista visual e de um grande intelectual, Emanoel foi uma pessoa fundamental para diminuir as barreiras e a fronteira da cultura afro-brasileira", relatou.
"É um legado que ele nos deixa, a que a sociedade e as instituições culturais devem dar continuidade. Ele é mais do que uma referência moderna e contemporânea", acrescentou.
"Emanoel lutou pela diversidade e o reconhecimento e valorização das ancestralidades, e defendeu as artes, como um todo, trazendo grande contribuição para a afro-brasilidade em todos os aspectos”.
Trajetória de Emanoel
Emanoel nasceu no dia 15 de novembro de 1940 na cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. Na década de 1960, foi para Salvador e começou a estudar gravura na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA).
Entre 1981 e 1983, foi diretor do Museu de Arte da Bahia e lecionou artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York, em 1988. Já entre 1992 e 2002 foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Em 2004, fundou o Museu Afro Brasil, em São Paulo, do qual era Diretor Curador e Executivo. Ao longo da vida, concentrou mais de 150 coletivas e cerca de 50 exposições individuais entre galerias e mostras nacionais e internacionais.