O Omegle, site de bate-papo virtual que fez sucesso nos anos 2000, encerrou as atividades após 14 anos de funcionamento. Um comunicado assinado pelo fundador da plataforma, Leif K-Brooks, foi publicado nessa quarta-feira (8). "A batalha foi perdida", disse.
"Lancei o Omegle quando tinha 18 anos e ainda morava com meus pais. O objetivo era desenvolver as coisas que eu amava na Internet, ao mesmo tempo que introduzia uma forma de espontaneidade social que eu sentia que não existia em nenhum outro lugar. Se a Internet é uma manifestação da 'aldeia global', o Omegle foi concebido para ser uma forma de passear pelas ruas daquela aldeia, puxando conversa com as pessoas que encontra pelo caminho", comentou K-Brooks.
O bate-papo possibilitava conversar com qualquer pessoa do mundo, que era escolhida aleatoriamente. "Foi a ideia de 'conhecer gente nova' destilada quase ao seu ideal platônico", definiu o criador. Além de trocar mensagens, os usuários tinham a opção de conversar por videochamada.
Ao longo dos anos, as pessoas usaram o Omegle para explorar culturas estrangeiras; obter conselhos sobre suas vidas de terceiros imparciais; e para ajudar a aliviar sentimentos de solidão e isolamento".
Uso indevido da plataforma
No entanto, ao longo dos anos, o uso indevido da rede social provocou uma série de atividades criminosas. No Brasil, segundo o G1, uma criança de São Paulo foi abordada no site por um adulto de Porto Alegre. O caso virou a primeira condenação por estupro virtual do País.
"Praticamente todas as ferramentas podem ser usadas para o bem ou para o mal, e isso é especialmente verdadeiro no caso das ferramentas de comunicação, devido à sua flexibilidade inata", argumentou o fundador do Omegle na postagem de despedida.
"Operar o Omegle não é mais sustentável, financeiramente nem psicologicamente. Francamente, não quero ter um ataque cardíaco aos 30 anos. A batalha pelo Omegle foi perdida, mas a guerra contra a Internet continua. Praticamente todos os serviços de comunicação online foram sujeitos aos mesmos tipos de ataque que o Omegle; e embora algumas delas sejam empresas muito maiores, com recursos muito maiores, todas elas têm o seu ponto de ruptura em algum lugar", concluiu.