Justiça não vê indícios de corrupção em caso de fugitivos de Mossoró

Conforme relatório do Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, houve falhas nos procedimentos de segurança da unidade prisional

O Ministério da Justiça não identificou corrupção no presídio de segurança máxima, em Mossoró, onde dois detentos fugiram da unidade, em fevereiro. As informações constam em relatório da Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça, divulgado nesta terça-feira (2). Entretanto, foram encontradas falhas nos procedimentos de segurança do local, que podem ter auxiliado na evasão dos homens ligados a uma facção de origem carioca. 

Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs) foram abertos contra 10 servidores, pelo órgão, devidos ao não cumprimento dos protocolos. Outras 17 pessoas vão assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) - estas, devem se comprometer a não cometerem as mesmas infrações, além de realizar um curso de reciclagem. 

A corregedora-geral, Marlene Rosa, também determinou a abertura de uma nova Investigação Preliminar Sumária (IPS) para apurar se a estrutura do presídio colaborou com a fuga de Deibson Cabral Nascimento, conhecido como 'Tatu', e Rogério da Silva Mendonça, o 'Martelo'. Conforme o Ministério, a íntegra do relatório não será divulgada para não prejudicar a investigação e os procedimentos correcionais que estão sendo instaurados.

RELEMBRE O CASO

Detidos em setembro do ano passado, Deibson e Rogério foram transferidos do sistema penitenciário do Acre para a unidade de segurança no Rio Grande do Norte, de onde escaparam no dia 14 de fevereiro.

A fuga desencadeou inúmeras buscas em municípios próximos e mobilizou mais de 300 agentes, de acordo com Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.

Os fugitivos já tinham histórico na Justiça. Deibson Nascimento está envolvido em 34 processos e responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo, tendo sido condenado a 33 anos de prisão.

Já Rogério Mendonça responde por roubo, violência doméstica e homicídio qualificado. Com pena de 74 anos de prisão, o fugitivo tem mais de 50 processos e possui uma suástica (simbolo nazista) tatuada na mão.