O candidato Marcos Antonio Gomes da Silva, 50 anos, foi retirado da sala de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 e preso por engano, no domingo (5), após ser confundido com outra pessoa com o mesmo nome e data de nascimento dele. A ação foi organizada por policiais militares, que tinham um mandado de prisão contra o xará de Marcos. As informações são do g1.
Marcos, que trabalha como vendedor e pesquisador, prestou queixa por danos morais, já que não conseguiu concluir o exame, realizado na Escola Estadual Assis Chateaubriand, no bairro de Brasília Teimosa, em Recife. "É irreparável. A gente se prepara, tem um sonho, e, de repente, uma falha acaba com tudo", disse ao g1.
Ele foi liberado em seguida. Os policiais constataram que Marcos e o homem procurado não eram a mesma pessoa, pois os nomes dos pais eram diferentes, assim como o local de nascimento. O suspeito era da Paraíba.
"Eu estranhei, quando cheguei no pátio da escola, me deparei com dois policiais militares que disseram que tinham um mandado de prisão no meu nome. Entrei em estado de choque, fiquei sem entender a situação".
Depois da abordagem na escola, ele ainda precisou ir para o Instituto de Identificação Tavares Buril, a fim de checar as impressões digitais. Como não pôde retornar para a prova, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Boa Viagem.
Com ajuda do advogado Allan Negreiros, ele ainda deve entrar com uma ação na Justiça para receber uma indenização por danos morais. "Estou desestabilizado, foi uma situação constrangedora. Várias pessoas presenciaram a situação, e, até que se prove o contrário, as pessoas têm um olhar negativo. Espero que a Justiça tome as medidas cabíveis e que haja uma reparação", declarou Marcos.
Retirado da sala
Ao g1, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) declarou que a retirada da sala foi feita após ordem policial. Segundo o órgão, ele pode refazer a prova, basta solicitar a reaplicação na Página do Participante até o dia 17 de novembro.
Já a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) afirmou que fez o cruzamento de dados entre a Polícia Federal e o Inep. Porém, a PM "encontrou divergência nos dados de filiação que constava no mandado judicial, no cumprimento do segundo mandado". Por isso, Marcos foi liberado.