PM agride idosa e homem durante abordagem em São Paulo: 'Tacou o cacetete na minha cabeça'
Segundo a versão da PM, apresentada no boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de 'seus lixos'
Uma idosa de 63 anos foi agredida por um policial militar na noite dessa quarta-feira (4), em Barueri (SP). A mulher foi identificada como Lenilda, que ficou com o rosto ensanguentado após a abordagem dos agentes na casa dela. A ação foi filmada em vídeo por testemunhas.
"Eu fiquei desesperada. Falei: 'moço, pelo amor de Deus, o que tá acontecendo, me explica", declarou a idosa em entrevista a GloboNews. Em seguida, ela disse: "Eles não respondiam nada. E ai tacou o cacetete na minha cabeça. Eu sou uma senhora, jamais poderia ser agredida por um homem e, principalmente, ele fardado".
Veja cena de agressão:
Segundo testemunhas, a confusão começou quando os policiais tentaram apreender uma moto que seria do neto de Lenilda, Matheus Lima, filho do empresário Juarez Higino Lima Júnior.
Pai e filho resistiram a ação e correram para o interior da garagem. Segundo a versão da PM, apresentada no boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de "seus lixos".
Veja também
Posteriormente, os policiais voltaram com reforços e entraram no imóvel, agredindo com golpes de cassete pai e filho. A abordagem se transformou em uma confusão generalizada. Nas imagens, é possível ver que um dos PMs chegou a aplicar em Juarez um golpe de mata-leão, proibido pela instituição desde 2020.
Idosa tentou interceder por neto
Em meio à confusão, Lenilda teria tentado interceder pois o veículo estava na garagem da casa da família. No vídeo, Lenilda grita diversas vezes: "Como a Justiça pode fazer isso? Vocês são autoridades". Com truculência, um dos PMs empurra a idosa por pelo menos seis vezes e a chuta.
Nas imagens, é possível ver que um policial mais velho intercede e impede a continuidade das agressões.
Procurada pelo jornal O Globo, a Polícia Militar de São Paulo declarou que "não compactua com desvios de conduta e assegura que qualquer ocorrência envolvendo excessos será investigada e os agentes devidamente punidos".
Já a Polícia Civil "analisa as imagens da ocorrência e investiga todas as circunstâncias dos fatos". O caso também foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar.