Último funcionário foragido do laboratório PCS Saleme é preso em aeroporto no RJ

O laboratório é investigado no caso que apura o fato de seis pacientes transplantados terem sido infectados pelo HIV

Cléber de Oliveira dos Santos, técnico contratado pelo laboratório PCS Lab Saleme para fazer a análise clínica do material que chegava da Central de Transplantes do Rio de Janeiro, foi preso pela Polícia Civil nesta quarta-feira (16), após desembarcar de um avião no aeroporto do Galeão, vindo de João Pessoa, na Paraíba.

O biólogo teve a prisão decretada na última segunda-feira (14) e era considerado o último foragido. Ele é investigado no caso que apura o fato de seis pacientes transplantados terem sido infectados pelo vírus HIV

De acordo com o g1, Cléber teria sido o responsável por liberar os órgãos que infectaram os pacientes transplantados. Antes da prisão dele, outro técnico e um dos sócios do PCS Saleme também foram capturados. O caso é tocado pela Delegacia do Consumidor (Decom).

Registro de biólogo cancelado

Na terça-feira (15), o Conselho Regional de Biologia (CRBio-02) informou que Cléber teve o registro profissional cancelado. No entanto, o órgão não detalhou se o cancelamento foi protocolado antes ou após a descoberta dos transplantados infectados com HIV. 

No mesmo dia, a técnica Jacqueline Iris Bacellar, cuja assinatura consta em um dos laudos dos órgãos infectados, se entregou à Polícia.

Os envolvidos são investigados por crimes contra as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.

Entenda o caso

Seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro receberam órgãos contaminados pelo HIV. O incidente é inédito na história do serviço prestado pelo estado fluminense. O primeiro caso foi descoberto no dia 10 de agosto, quando um paciente que foi submetido a um transplante de coração no início deste ano buscou a rede hospitalar com sintomas neurológicos e, após passar por uma bateria de exames, foi descoberto que portava o vírus.

Quando o assunto foi divulgado na imprensa, o laboratório PCS Lab, responsável por testar o sangue dos doadores dos órgãos, se referiu ao episódio como algo "sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969", e disse que abriu uma sindicância interna para apurar as responsabilidades no caso.