"Teve gente que comemorou, mas não vejo motivo. A gente acaba revivendo o que aconteceu", afirmou.
Pedro socorreu o irmão, José Carlos Benício de Oliveira, 'Carlito', assassinado com um tiro por Lázaro em novembro de 2008. Ele o matou porque 'Carlito' havia protegido uma mulher que o criminoso tentava estuprar.
"Está passando direto na televisão, mas não consigo assistir. É um trauma que a gente carrega. É complicado ficar lembrando e revivendo isso", afirmou "Muita gente tinha medo que ele voltasse.
Em 2008, após matar 'Carlito' e Manoel Desidério, outro morador do bairro, Lázaro conseguiu escapar ao cerco da polícia durante 15 dias, até se entregar. Dez dias depois, ele fugiu da prisão.
O PM aposentado Anderson Sodré, que participou das buscas por Lázaro treze anos atrás, conta que, por pouco, não se tornou mais uma vítima do criminoso.
A reportagem não conseguiu contato direto com os pais de Lázaro, que ainda moram no povoado de Melancia, bairro rural em que ele cresceu. Uma tia dele, Zilda Maria, disse que os parentes estão muito abalados e, de certa forma, um pouco aliviados, pois já esperavam um desfecho trágico.
CASO LÁZARO
Natural de Barra do Mendes (BA), Lázaro era suspeito de matar, em um quádruplo latrocínio, quatro pessoas de uma família em Ceilândia, no Distrito Federal. Ele também é suspeito de matar um caseiro de uma fazenda no distrito de Girassol, em Goiás.
Além disso, outra tentativa de latrocínio é atribuída ao criminoso: em 2020, ele teria invadido uma chácara no estado goiano para roubar e atingir um idoso portando um machado.
Devido à sua longa ficha criminal, Lázaro chegou a ser preso três vezes. A primeira captura ocorreu ainda na Bahia, em razão de um duplo homicídio, chegando a escapar dez dias depois.
Ele respondia, também, por crimes de estupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo — acusação que o levou à cadeia no DF em 2013. Três anos depois, contudo, fugiu da cadeia após progredir para o regime semiaberto.
Em 2018, Lázaro chegou a ser preso pela Polícia de Goiás, mas escapou mais uma vez, sendo procurado desde então. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou, antes da captura, que as equipes estavam lidando com um "psicopata". "Uma pessoa que, se puder, vai fazer refém; se puder, vai matar", ressaltou na ocasião.