'Somos contra essa obrigatoriedade', diz Marcelo Queiroga sobre uso de máscara

Ministro criticou ainda aplicação de multas a quem recusa o item e defende que uso deve partir de cada um

Apesar do alerta das autoridades sanitárias para o uso da máscara mesmo nos casos em que a imunização estiver completa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ser contrário à obrigatoriedade do item. A declaração foi dada nessa quarta-feira (18) ao site bolsonarista Terça Livre. 

Na avaliação do titular da Pasta, deve haver uma política de conscientização, e não uma obrigação quanto ao uso da máscara, como no Ceará e outros estados, em que a proteção é exigida por lei e passível de multa.  

“Somos contra essa obrigatoriedade. O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização. O benefício é de todos. O compromisso é de cada um”, justificou.

Parecer

No último mês de junho, o presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar que pediu a Queiroga um "parecer" para autorizar o não uso de máscara por quem foi vacinado ou quem já teve a doença pandêmica.

Dias depois, no entanto, Bolsonaro retrocedeu e disse que a decisão deve partir do ministro, governadores e prefeitos. 

"Ontem [quinta-feira (10)] pedi para o ministro da Saúde fazer um estudo sobre máscara. Quem já foi infectado e quem tomou a vacina não precisa usar máscara. Mas quem vai decidir é ele, vai dar um parecer. Se bem que quem decide na ponta da linha é governador e prefeito. Eu não apito nada, né?

Comunidade científica

A Organização Mundial da Saúde (OMS), segue orientando que “as máscaras são uma medida fundamental para suprimir a transmissão e salvar vidas”, especialmente em comunidades onde a circulação da Sars-CoV-2 ainda é significativa.

"Fique seguro tomando alguns cuidados simples, como distanciamento físico, uso de máscara, especialmente quando o distanciamento não pode ser mantido, mantendo os quartos bem ventilados, evitando multidões e contato próximo, limpando regularmente as mãos e tossindo em um cotovelo ou lenço de papel dobrado”, complementa a OMS.