A deputada federal Flordelis dos Santos (PSD) é apontada, em seu perfil no site da Câmara dos Deputados, como titular na Secretaria da Mulher da casa legislativa. Entretanto, a parlamentar esclareceu, em uma nota publicada nas redes sociais nesta quarta-feira (3), que a informação não está correta.
A política, que é suspeita de participar do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, disse que o mal-entendido teria sido causado pelo ato protocolar que classifica, automaticamente, todas as deputadas federais como titulares da Secretaria.
"Ela não foi indicada para nenhum cargo de liderança dentro da Secretaria e ela também não tem nenhum interesse de participar de um nesse momento", esclareceu o assessor da política, Guilherme Ferrão.
A Câmara dos Deputados confirmou, em nota, que todas as deputadas federais integram a Secretaria da Mulher como titulares. "Assim como ocorre nas comissões, as informações sobre a composição das secretarias da Câmara no portal são atualizadas a cada início de sessão legislativa, por isso a atualização na data constante das páginas das deputadas como titulares (membros) da Secretaria da Mulher", disse a pasta.
Atualmente, a cantora gospel também é alvo de investigações da Mesa Diretora da Câmara por quebra de decoro parlamentar, que pode causar a perda do mandato dela como deputada federal. A Mesa encaminhou, em outubro, o relatório ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Segundo informações da revista Veja, a deputada recebeu do Governo Federal mais de R$ 10,1 milhões em emendas parlamentares ao longo do ano passado. O dinheiro do orçamento da União seria voltado para investimento no atendimento em saúde no estado do Rio de Janeiro.
Os dados sobre as quantias liberadas por meio das emendas para a política – que atualmente é monitorada por uma tornozeleira eletrônica e não pode sair da própria casa entre 22h e 6h – estão disponíveis do Portal da Transparência.
O crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a deputada federal Flordelis, seria mandante da execução do marido, o pastor Anderson do Carmo, que foi assassinado com diversos tiros em 16 de junho de 2019.
O órgão e a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em agosto de 2020, prenderam nove pessoas suspeitas de envolvimento na morte. Entre os presos, estão seis filhos do casal, uma neta, um ex-policial militar e a mulher dele.
De acordo com a polícia, Flordelis já havia tentado matar o marido pelo menos quatro vezes, uma delas com veneno na comida.
Na época do crime, a deputada contou à Polícia que percebeu que o veículo dirigido por Anderson estava sendo perseguido por duas motos, em Niterói. Ao entrarem em casa, no bairro de Pendotiba, Anderson retornou à garagem para pegar algo no carro e disparos foram ouvidos.
Flordelis afirmou que Anderson evitou que criminosos invadissem a casa da família. O pastor foi encontrado ferido. O casal teve 55 filhos, dos quais 51 são adotivos.