Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados nesta quinta-feira (31) pelas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. A condenação foi dada no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, após mais de seis anos dos assassinatos e dois dias de julgamentos.
Para Ronnie, a pena foi 78 anos e 9 meses de prisão, e Élcio, 59 anos e 9 meses de reclusão. Ambos já estavam encarcerados, e possuem acordo de delação premiada para não ficarem presos durante toda a pena.
Após a leitura do sentenciamento, familiares de Marielle e Anderson aplaudiram no Tribunal.
As condenações se deram pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio (contra a assessora Fernanda Chaves) e receptação do carro da fuga. Ronnie foi o autor dos disparos, e Élcio dirigiu o carro de modelo Cobalt usado para prestar suporte ao ato criminoso.
Sentença
Na sentença, a juíza Lúcia Glioche, juíza, pontuou: "a Justiça por vezes é lenta, cega, torta, mas chega até apara os acusados que acham que jamais serão alcançados pela Justiça".
"A sentença lida agora talvez não traga aquilo que se espera da Justiça. Talvez justiça fosse Marielle e Anderson presentes. Dizemos que vítimas do crime de homicídio são aqueles que ficam vivos precisando sobreviver sem a vida daquele que foi arrancado de seu cotidiano", disse a magistrada.
Delação premiada
Os dois condenados assinaram um acordo de delação premiada para colaboração nas investigações, e devem sair da cadeia bem antes do fim das penas.
Élcio só pode ficar preso por, no máximo, 12 anos em regime fechado. Já Ronnie Lessa, ficará encarcerado por, no máximo, 18 anos em regime de fechado, e outros dois anos no semiaberto.
Lessa está preso Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Já Élcio está no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília.