A Prefeitura do Rio de Janeiro autorizou a aplicação da segunda dose da Pfizer em grávidas que receberam a vacina de Oxford/AstraZeneca na primeira dose. Em razão disso, a capital fluminense é a primeira do País a adotar a combinação de vacinas diferentes.
A novidade foi divulgada pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, nas redes sociais. "As gestantes que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca poderão, mediante avaliação dos riscos e benefícios com seus médicos, realizar a segunda dose com a vacina da Pfizer 12 semanas após a primeira dose", publicou.
A vacina de Oxford/AstraZeneca foi suspensa para gestantes em maio, devido a uma "reação adversa". No entanto, o comitê científico do Rio indicou, baseado em resultados preliminares de estudos internacionais, que a mistura das vacinas tem resultados eficazes contra a Covid-19.
Agora, cada gestante deverá buscar seu obstetra e levar um atestado médico para receber a dose de reforço, que deve respeitar a janela de três meses de diferença.
Grávidas ficaram à espera
A vacinação com doses do imunizante de Oxford/AstraZeneca foi suspensa desde maio, conforme recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência explicou que o fabricante da vacina lhe emitiu alerta sobre "suspeita de evento adverso grave de AVC" que matou uma gestante e o bebê em maio.
A partir daí, futuras mães passaram a receber, na primeira dose, apenas as vacinas CoronaVac ou Pfizer.
O Ministério da Saúde emitiu recomendação para as grávidas que já tinham recebido a primeira dose de AstraZeneca esperarem o fim da gestação e do puerpério, período de um mês e meio após o parto, para completarem a imunização com a mesma vacina.
Pesquisas internacionais
O secretário Daniel Soranz listou seis estudos clínicos — os quais somaram cerca de 2 mil participantes ao todo —, dizendo que "demonstram segurança e eficácia de aplicação heteróloga [combinação de imunizantes] de Pfizer e AZ". As pesquisas foram as seguintes:
- Governo da Coreia do Sul: realizada com 500 profissionais militares;
- Hospital Universitário de Berlim, na Alemanha: feita com 129 profissionais de saúde entre 18 e 64 anos;
- Instituto Carlos III, na Espanha: ocorrida com 663 voluntários entre 18 e 59 anos;
- Universidade de Oxford, no Reino Unido: 463 voluntários com média de 57 anos;
- Universidade de Saarland, na Alemanha: 250 profissionais de saúde;
- Universidade de Ulm, também na Alemanha: 26 profissionais de saúde.
Soranz acrescentou que diferentes países recomendaram ou autorizaram a mistura das doses das vacinas. Segundo ele, os países que recomendam a combinação são:
- Alemanha
- Canadá
- Coreia do Sul
- Chile
- Dinamarca
- França
- Finlândia
- Noruega
- Portugal
- Suécia
Já os que autorizaram a combinação das vacinas, conforme o secretário, são:
- Espanha
- Emirados Árabes
- Inglaterra
- Itália