Réus condenados pela tragédia da Boate Kiss aguardarão recurso em liberdade

As penas dos réus chegam a mais de 22 anos de prisão, mas habeas corpus preventivo impediu que eles saíssem algemados

Apesar de terem sido condenados por homicídio doloso no caso da tragédia da Boate Kiss, os quatro réus não foram presos nesta sexta-feira (10), saindo pela mesma porta que as famílias das vítimas. O habeas corpus preventivo foi criticado pela promotora de Justiça Lucia Helena Callegari, que participou da acusação no julgamento.

"Lamento porque a sensação que temos é que talvez a justiça não fique tão completa para as famílias, que esperavam não sair pela mesma porta que os réus", disse a magistrada em entrevista ao Uol. 

Habeas corpus

Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate Kiss; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, produtor musical, conseguiram habeas corpus (HC) por liminar pedida por Elissandro. 

Penas 

Elissandro, que mandou acender o artefato pirotécnico e "teve a maior imputação", segundo o juiz, foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão. Mauro pegou 19 anos e seis e meses e Marcelo e Luciano, 18 anos.

O juiz Orlando Faccini Neto, que deu a sentença, pontuo que o cumprimento da pena inicial é em regime fechado, mas com possibilidade de regressão ao longo dos anos.

Sobre o HC ele comentou: "Como juiz, não tenho outra alternativa a não ser respeitar", disse Faccini Neto. "Cabe-me respeitar. É uma decisão liminar. Aguardemos o resultado. Procurei realizar o júri e dar de mim o melhor".