Um professor foi demitido após assediar sexualmente uma aluna na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O Processo Administrativo Disciplinar (PAD), já concluído, apontou que o docente cometeu o crime em julho de 2022, por meio de mensagens escritas, áudios e vídeos.
A estudante denunciou o caso à Ouvidoria da UEPG. A demissão foi publicada em 9 de agosto de 2023 no Diário Oficial do Paraná. Ele estava afastado desde agosto de 2022. As informações são do portal g1.
Em uma das mensagens de áudio, o professor Luciano Ribeiro Bueno perguntou o que a vítima queria para fazer sexo com ele em troca de favores na universidade.
Segundo a defesa de Luciano, não houve provas que o professor agiu "no sentido de se valer de seu cargo para ofender a aluna em questão", e que deve levar o decreto de demissão do professor à análise da Justiça.
As advogadas alegaram que o caso aconteceu em um momento em que o docente passava por problemas psicológicos, como “transtorno depressivo grave e Síndrome de Burnout”, que levaram ele a “interpretar equivocadamente as mensagens trocadas com sua aluna fora do ambiente de sala de aula”.
Assédio
Os assédios à aluna iniciaram em julho de 2022, por meio do WhatsApp. O professor pergunta à jovem se ela gostaria de receber as questões da prova, já que ela havia tirado nota baixa no exame anterior. Mesmo sem receber resposta da vítima, ele disse que ela o deixa excitado.
“Você sempre olha nos meus olhos. Olha o status. Vai gostar. Vai querer a chance? [...] Deixa prof de r**a dura. Vamos sair? O que quer? Vamos marcar?", perguntou, por mensagem de texto.
No status do WhatsApp, Luciano exibiu o órgão genital. Por meio de áudios, ele convidou a aluna a ter relações sexuais com ele, perguntando o que ela queria em troca de sexo. A vítima rebateu, dizendo que não deu intimidade para o professor agir daquela maneira.
“Por um acaso em algum momento eu dei liberdade pro senhor me mandar esse tipo de vídeo, e me fazer esse tipo de proposta?”, questionou.
Após a resposta da jovem, Luciano pediu desculpas e a conversa foi encerrada às 2h34, quando a aluna bloqueou o contato dele.
De acordo com o relatório do Processo Administrativo Disciplinar, o professor, durante depoimento, "não negou os fatos, mas acrescentou que tudo ocorreu porque ele interpretou os olhares e sinais corporais da aluna de forma equivocada".
O docente disse ainda que enviou as mensagens em um momento que estava passando por crises de ansiedade e justificou "que as fotos não foram enviadas diretamente a ela".
A Procuradoria Jurídica da UEPG defendeu que o professor fosse exonerado. Conforme o órgão, "o convite expresso em áudio e mensagens para ceder a favores sexuais, em troca de possível atribuição de nota", é uma prova de que o docente assediou sexualmente da estudante.