Prefeitura inicia campanha contra bullying após morte de aluno autista de 13 anos

Segundo a prefeitura, a iniciativa visa a proteção dos jovens e crianças e reforça o combate às diversas formas de violência

A Prefeitura de Praia Grande, em São Paulo, anunciou a criação da campanha "bullying não é brincadeira". O movimento acontece após a morte do adolescente Carlos Teixeira, de 13 anos, vítima de agressões em uma escola estadual do município em abril deste ano.

Segundo a prefeitura, a iniciativa visa a proteção dos jovens e crianças e reforça o combate às diversas formas de violência. "O foco é trabalhar a conscientização nas escolas estaduais e municipais da Cidade, nos espaços públicos e também para a população em geral por meio das nossas redes sociais oficiais", diz a publicação.

A campanha também irá promover reuniões com os pais de alunos para conscientizar e orientar sobre o enfrentamento ao bullying, além de levar o tema aos alunos em sala de aula.

A prefeitura também afirmou que acompanha, ao longo do ano, as famílias que registraram esse tipo de violência por meio do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cmdca) e do Conselho Tutelar.

"Aqui em Praia Grande, fazemos ao longo do ano o acompanhamento das vítimas e suas famílias, oferecendo todo o apoio necessário. Apesar disso, é preciso intensificar a campanha e atingir cada vez mais pessoas para diminuirmos cada vez mais os casos de violência", disse o presidente do Cmdca, Augusto Schell.

Relembre caso de bullying que causou morte de adolescente

Carlos Teixeira, de 13 anos, morreu uma semana depois de dois colegas pularem sobre suas costas em uma escola estadual. O pai do adolescente afirmou que o filho sofria bullying e acredita que a morte aconteceu em decorrência dos golpes nas costas. 

Os dois meninos que teriam pulado sobre Carlos estudavam com ele no 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, conforme apurado pelo g1

"A gente leva a criança para escola achando que a criança vai estudar, que vai estar segura e, ao final, olha o que acontece", lamentou o pai de Carlos, Julisses Fleming, de 42 anos, que trabalha como porteiro e manobrista.

A agressão contra a vítima aconteceu no dia 9 de abril e, segundo o pai, no mesmo dia o adolescente reclamou de dores nas costas e falta de ar ao chegar da escola. Julisses disse que levou o filho à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Praia Grande ao menos três vezes na semana, onde o filho foi medicado e, em seguida, liberado.

Os sintomas do adolescente se intensificaram no último dia 15, uma semana após a agressão. Com as queixas do filho, o pai de Carlos decidiu levá-lo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos, em São Paulo, onde ele precisou ser internado e entubado. No dia seguinte, o jovem foi transferido para a Santa Casa de Santos e morreu após três paradas cardiorrespiratórias.