Caso Lázaro: polícia não descarta hipótese de chacina da Ceilândia ter sido encomendada

Inquérito não foi arquivado e segue para desvendar motivação do crime

A Polícia Civil de Goiás, que investiga a participação de Lázaro Barbosa no assassinato de quatro pessoas da mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal, não descarta nenhuma hipótese de motivação para o caso, nem mesmo a de crime encomendado.

Conforme informações do G1, foi o que disse o delegado do 24ª DP e à frente das investigações, Raphael Seixas, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (27).

Suspeito do quádruplo homicídio, Lázaro foi morto pelos policiais no dia 28 de junho, nas proximidades do município de Águas Lindas de Goiás, após 20 dias de buscas. “Mesmo com a morte dele, o inquérito não foi arquivado. Foi decretado sigilo das investigações", disse. 

Os policiais apuram se Lázaro recebeu ajuda para cometer os assassinatos em Ceilândia, segundo Seixas. Na ocasião, Cláudio Vidal, Cleonice Marques, Gustavo Vidal e Carlos Eduardo Vidal foram mortos a tiros e facadas.

Ainda conforme o delegado, todos os meios possíveis serão utilizados para desvendar o crime. "A motivação não está esclarecida. Ele era um indivíduo conhecido por cometer crimes patrimoniais violentos, tanto em Ceilândia, como Águas Lindas de Goiás", afirmou.

Sequestro de Bens

Também nesta terça-feira (27), foi dito pelo secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, que a Justiça será acionada para sequestro dos bens do fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, 73, suspeito de ajudar Lázaro durante a fuga da polícia (veja mais abaixo). 

A medida é para custear parte do valor da ação que resultou na captura de Lázaro. O valor total da operação está sob sigilo por cinco anos, conforme decreto da própria polícia civil de Goiás. 

A restrição visa evitar vulnerabilidade à corporação, segundo nota da assessoria de imprensa. "É necessária para não expor as estratégias e equipamentos utilizados na operação, de modo a evitar que a função investigatória da instituição não sofra qualquer vulnerabilidade", afirmou o comunicado.

Crimes

Natural de Barra do Mendes (BA), Lázaro era suspeito de matar quatro pessoas de uma família em Ceilândia, no Distrito Federal. Ele também é suspeito de matar um caseiro de uma fazenda no distrito de Girassol, em Goiás.

Além disso, outra tentativa de latrocínio é atribuída ao criminoso: em 2020, ele teria invadido uma chácara no estado goiano para roubar e atingir um idoso portando um machado.

Devido à sua longa ficha criminal, Lázaro chegou a ser preso três vezes. A primeira captura ocorreu ainda na Bahia, em razão de um duplo homicídio, chegando a escapar dez dias depois.

Ele respondia, também, por crimes de estupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo — acusação que o levou à cadeia no DF em 2013. Três anos depois, contudo, fugiu da cadeia após progredir para o regime semiaberto.

Em 2018, Lázaro chegou a ser preso pela Polícia de Goiás, mas escapou mais uma vez, sendo procurado desde então. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou, antes da captura, que as equipes estavam lidando com um "psicopata". "Uma pessoa que, se puder, vai fazer refém; se puder, vai matar", ressaltou na ocasião.