Polícia Civil encontra bilhete usado para atrair família vítima de chacina no DF

Os suspeitos anotaram o nome de cada uma delas em folhas de caderno, junto ao valor que deveria ser sacado das contas bancárias

A Polícia Civil do Distrito Federal revelou detalhes descobertos nos últimos dias pelos investigadores sobre a chacina que vitimou uma família inteira no estado. As novas informações, divulgadas nesta segunda-feira (23) pelo delegado Ricardo Viana, ajudam a desconstruir uma primeira versão dada por suspeitos em depoimento.

Segundo O Globo, a polícia apreendeu documentos na chácara em Planaltina, onde vítimas foram mantidas reféns e depois assassinadas. Os suspeitos anotaram o nome de cada uma delas em folhas de caderno, junto ao valor que deveria ser sacado das contas bancárias, além de senhas e cartões de crédito.

Até o momento, foram confirmadas sete mortes e outras três vítimas seguem desaparecidas. Três homens estão presos pelo crime e um quarto suspeito segue foragido.

Bilhete usado para atrair vítima

A polícia também localizou na chácara um bilhete usado para atrair Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, de 30 anos, que continua desaparecido. Também estão desaparecidas a sua esposa, a cabeleireira Elizamar da Silva, de 39, e as crianças: um casal de gêmeos, de 6 anos, e um menino de 7. Todos foram mortos e tiveram os corpos queimados e abandonados no carro da família numa estrada em Cristalina, Goiás. 

"Chefe, como está seu dia? Vou precisar de ajuda urgente. Thiago, tem como você vir na chácara, que vou explicar o que (está) acontecendo. Se puder vir hoje, com Elizamar e os meninos", diz o bilhete.

CHACINA DE FAMÍLIA

O desaparecimento de membros da mesma família, reportado em 12 de janeiro, chocou o país. Três suspeitos foram presos na terça-feira: um homem de 34 anos, detido à noite, que seria responsável por vigiar o cativeiro, e outros dois, de 56 e 49 anos, capturados anteriormente.

Um dos detidos disse em depoimento que a série de assassinatos foi realizada a mando de Marcos Antônio e Thiago, com a intenção de roubar os familiares e fugir.
 
A Polícia descartou a versão dada pelo preso após encontrar o corpo de Marcos Antônio. Após a confirmação da identidade dele, a Polícia acredita que os demais desaparecidos também estão mortos.
 
O preso relatou que Renata Juliene Belchior e a filha dela, Gabriela Belchior, foram mantidas no cativeiro por cerca de cinco dias. Nesse período, conforme a publicação, elas foram ameaçadas com uma arma de fogo.
 
O delegado responsável pelas investigações, Ricardo Viana, disse que as vítimas foram coagidas a entregar as senhas de aplicativos bancários aos criminosos, que teriam realizado transferências em dinheiro da conta delas com destino a outras supostamente ligadas a eles. Além disso, elas ainda teriam sido obrigadas a enviar mensagens a familiares em que informavam estarem bem.
 
Na casa de um dos presos suspeito de envolvimento no caso, Gideon Batista de Menezes, de 55 anos, a Polícia achou R$ 14 mil em espécie. Já na conta de outro — Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos —, os investigadores encontraram R$ 40 mil. A Polícia Civil suspeita que esse dinheiro seja das vítimas.