Após ficar desaparecida por 45 dias, a cachorra Pandora foi localizada no último domingo (30) próxima do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e logo levada para um hospital veterinário na região do ABC Paulista. Segundo o g1, o animal sumiu em conexão aérea entre o Recife e Navegantes (SC).
Ao ser resgatada, apresentou sinais de cansaço e perdeu 8 kg durante o período de sumiço. Agora, a cadela, que permanecerá internada por 72 horas, tem passado por uma bateria de exames e tomando soro para se fortalecer. Pandora foi encontrada por um funcionário de uma empresa terceirizada da GruAirport perto do Terminal 3 do aeroporto.
"Só de ver o estado dela, desidratada e desnutrida que ela está, me abalou mais. Então só tentar recuperar pra eu depois eu chorar mais e mais ainda, só que agora é de felicidade".
O garçom Reinaldo Júnior, natural de Pernambuco, não saiu de Guarulhos durante o período em que sua cachorra ficou sumida, tendo participado ativamente das buscas pelo seu animal. "Ela está muito magra. Está desnutrida, debilitada, e eu também estou que nem ela. Não tenho nem o que falar, o importante é que achamos".
Por conta do sumiço de Pandora durante a conexão aérea em São Paulo, Reinaldo precisou cancelar uma viagem para a Suíça. Havia recebido uma proposta de emprego como chapeiro com um primo, mas desistiu da viagem para encontrar seu animal desaparecido.
Agora, o garçom detalhou que a promessa de emprego não existe mais.
DESAPARECIMENTO E PERDAS
Reinaldo e Pandora são de Recife (PE) e viajavam para Navegantes, em Santa Catarina, onde passariam algum tempo antes de embarcar para a Suíça. O voo fez uma conexão em São Paulo e lá o animal se perdeu no dia 15 de dezembro. A cachorrinha vira-lata estava no compartimento de carga de um avião da Gol.
Conforme o g1, a Gol apontou que a cadela cachorra destruiu a caixa em que estava, adequada para o transporte de animais do porte dela. Porém, Reinaldo apontou que não há sinais de defeito no compartimento.
"Eu perdi tudo. Perdi minha cachorra, meu emprego, minha viagem e 16 quilos nessa busca por Pandora. Ela ficou debilitada de um lado e eu do outro. Mas o importante é que ela está de volta comigo".
Após o caso, Reinaldo explica que só conversará com a empresa por meio de advogados. "Quando eu estava procurando Pandora eles só me ignoravam. Ali era o momento para conversa. Agora, não".
EMOÇÃO DO REENCONTRO
O reencontro da família de Reinaldo Júnior e da cachorra Pandora aconteceu ontem (30) e foi marcado por muita emoção, lágrimas, sorrisos e abraços. A mãe do garçom, dona Terezinha Branco Bezerra, chegou a desmaiar brevemente durante o abraço com a cachorra.
Terezinha e as duas amigas, Márcia Chagas e Fátima Barbosa, foram as primeiras a chegarem no local, depois serem acionadas pelo eletricista Victor Leonardo Marques, responsável por encontrar Pandora embaixo de uma ponte do Terminal 3.
“Eu estava indo embora e, no caminho, como eu estava de viatura, deu pra ver que ela estava debaixo da ponte do Terminal 3. Reconheci e pedi para o motorista voltar. Aí falei com ela pela grade para tentar acalmá-la. Ela estava muito fraquinha e, conforme fui chegando perto dela, ela foi andando devagarinho pra outro lado. Nisso já tínhamos ligado para a Fátima e a Márcia, que falaram com a Terezinha”.
Segundo Victor, a cachorrinha ainda passou por debaixo da cerca do aeroporto. “Acho que ela esse tempo todo estava transitando nessa região. Quando a mãe do Reinaldo chegou, eu ergui a grade e ela se espremeu para passar, entrou e pegou a cachorrinha no colo”, detalhou o funcionário.
Para dona Terezinha, que tinha chegado em São Paulo no sábado (29), vinda de Recife a fim de auxiliar o filho nas buscas pela cadelinha, o reencontro foi marcado por alívio.
Ao reencontrar seu animal, Reinaldo Júnior abraçou Pandora e ficou emocionado e sem palavras para descrever o momento. “Sempre acreditei que a reencontraria. É um dia muito especial”.
FALTA DE APOIO
O advogado Leandro Petraglia, um dos representantes dos tutores de Pandora, apontou que a companhia aérea não deu apoio nas buscas, nem a concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Por conta disso, Leandro pretende ingressar na Justiça com uma ação de reparação de danos morais e materiais. A ação será motivada por conta do impacto emocional e financeiro da busca por Pandora, além do estado em que a cachorra foi encontrada.
"Não podíamos entrar no aeroporto para fazer as buscas. No dia 3, a Gol, que estava custeando a estadia deles enquanto durassem as buscas, expulsou Reinaldo e Terezinha do hotel. No dia 6 de janeiro, conseguimos na Justiça a permissão para adentrar e o direito de permanecer por mais um mês no hotel".
"A Gol dizia que estava ajudando, com esforços, mas em nenhum momento vimos nada específico para as buscas. Reinaldo e Terezinha é que saíam todos os dias para procurar e panfletar", acrescentou o advogado.
Até o momento da publicação da matéria do g1, a Gol não deu retorno.