O pai e a madrasta de Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima, de apenas 2 anos de idade, foram presos em flagrante na última quinta-feira (9), no Rio de Janeiro, suspeitos de torturar e matar a criança.
Quenia morreu pouco depois de dar entrada na Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, zona oeste do Rio, com 59 lesões espalhadas pelo corpo. Informações são do jornal Extra.
Nesse sábado (11), a juíza Daniele Lima Pires Barbosa decidiu manter presos Marcos Vinicius Lino de Lima, 27, e Patrícia Ribeiro, 22. Eles, então, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva.
Na decisão, a magistrada ressaltou a gravidade do caso: "Verifica-se a gravidade em concreto da conduta, posto que os custodiados, que tinham o dever de proteger e cuidar da menor, zelar por sua integridade física, foram os causadores de sua morte precoce e violenta, em razão das sucessivas torturas e agressões físicas empregadas contra a criança", escreveu Barbosa.
Além disso, a juíza classificou como "sádico e vil" o comportamento dos suspeitos. "Resta demonstrado, portanto, o comportamento sádico e vil contra uma criança de tenra idade e a mais absoluta inadequação dos custodiados para a vida em sociedade", concluiu.
O crime
De acordo com o Extra, o crime foi notificado à Polícia Civil pela médica Ana Cláudia Regert, que atendeu a menina quando ela foi levada para a unidade de saúde, na quinta-feira (9), acompanhada do pai e da madrasta. Segundo a médica, o casal gritava que a criança não estava respirando.
Conforme a Polícia, Quenia tinha 12 lesões na face, 17 no abdômen, 16 no dorso, seis nos braços, sete nas pernas, uma na orelha, além de uma queimadura na região umbilical e uma fissura no ânus, que indica que a criança deve, também, ter sofrido violência sexual.
Presos ainda no hospital, Marcos Vinicius e Patrícia devem responder por homicídio qualificado.
"Tive que quantificar esses hematomas. Eram 59 lesões num mini corpo, num corpo tão pequeno. É a primeira vez que vejo algo assim. É muito difícil reviver essa imagem, só de lembrar dela, fico trêmula", contou a médica que denunciou o caso. Segundo ela, era "notório" que o caso era irreversível quando a criança chegou à unidade.
"Chegaram [os suspeitos] dizendo que ela não estava respirando. Fizemos manobras, mas não por muito tempo, porque era notório que era um caso não reversível, a paciente dava sinais clínicos de não ter sido em tão pouco tempo como eles relatavam, não tinha sido há poucos minutos", lembrou a médica.
O que alegam os suspeitos
Marcos Vinicius disse à Polícia que tinha a guarda de Quenia desde que ela tinha três meses de idade. Patrícia, que estava com o companheiro desde o nascimento da menina, complementou que a mãe dela exigiu que Marcos pagasse pensão. Contudo, com a recusa do pai, eles concordaram que a guarda seria dele.
O casal alegou ainda que Marcos nunca bateu na filha e que ela costumava cair e se machucar quando brincava. Além disso, Patrícia afirmou que, embora os dois soubessem dos machucados, não sabiam explicá-los.