Antonio Donizete do Amaral, pai do jovem que foi jogado de uma ponte em São Paulo (SP) — na madrugada de segunda-feira (2) — falou sobre a ação policial e o estado de saúde do filho, em entrevista ao Jornal Nacional — exibida na noite dessa terça (3).
"Ele tá bem, mas não consegui falar com ele. É inadmissível. Não existe isso ai, sabe? Acho que a Polícia tá aí para fazer a defesa da população, não fazer o que fez", declarou Antonio Donizete.
Ainda na entrevista, ele exigiu explicações da ação do policial: "Ele é trabalhador. Menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, não tem passagem. Eu gostaria de explicação desse policial, porque ele fez isso".
Policiais afastados após vídeo
Por conta da ação policial, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afastou das ruas 13 policiais militares.
Em imagens divulgadas pelas redes sociais, cinco PMs aparecem perto do homem. Um deles, levava uma moto. Outro conduzia o rapaz, que não esboçava reação. De repente, o policial pega as pernas do jovem e o joga da ponte.
Pessoas que estavam perto do local se espantaram com o que viram. Uma testemunha, que não quis se identificar ao telejornal da Globo, disse que viu quando os PMs do policiamento com motocicletas abordaram o rapaz.
"Tinham dois policiais da Rocam parados ali com cassetete na mão esperando para abordar. Aí esse menino veio da avenida, virou e aí foi a hora que ele viu os policiais e caiu no chão com a moto. Na hora que ele caiu no chão com a moto, como os policiais vieram em cima dele, eu e minha amiga saímos correndo", diz a testemunha.
A testemunha disse que a Polícia estava no local para dispersar um baile funk que acontecia na rua. Um córrego corta a comunidade da Vila Clara, na zona sul de São Paulo. São cerca de três metros de altura que separam a ponte da Água Rasa. Segundo a família, a vítima caiu de cabeça e machucou o rosto, e foi salva por moradores de rua que estavam embaixo da ponte. O jovem foi atendido em um hospital e agora está em casa.