Página de fofoca é investigada por suposto envolvimento em morte de jovem em Nepomuceno (MG)

Jovem de 20 anos foi difamada em publicações de perfil de fofoca e tirou a própria vida semanas depois

Três mulheres responsáveis por uma página de fofocas do interior de Minas Gerais estão sendo investigadas por conteúdos difamatórios que supostamente levaram uma jovem de 20 anos a tirar a própria vida.

No município de Nepomuceno, que fica a 238 km de Belo Horizonte e tem 22 mil habitantes, a página produzia conteúdos sobre moradores da cidade desde 2020. A jovem Nathália Pereira Adomiram foi um dos alvos do perfil.

A partir da ferramenta de caixinha de perguntas, a página reproduziu xingamentos destinados à vítima, que incluíam comentários sobre a aparência dela, adjetivos como “barraqueira” e afirmações que ela “merecia apanhar”.

A jovem, que morreu no fim de julho, entrou em contato com a página ainda em junho pedindo a exclusão dos conteúdos, conforme o UOL. “Não quero que poste algo ao meu respeito”, escreveu ela.

No entanto, o perfil não apagou as postagens e seguiu republicando xingamentos destinados a Nathália. Prints das postagens e dos contatos da jovem com a página compõem representação apresentada à Justiça pela família dela. 

'A gente quer justiça'

A irmã de Nathália, Juliana Adomiram, tem publicado conteúdos nas redes sociais cobrando que o caso seja elucidado. "Peço que vocês rezem muito pra Nathália, pra ela encontra a paz e ficar bem. E justiça, a gente quer justiça", afirmou em vídeo da última terça (30). Já e texto publicado no dia 28, ela escreveu: "Te prometo que vou ser forte pra cuidar de toda a família, e fazer de tudo por você".

Segundo o g1 Sul de Minas, a página foi alvo de denúncias de outras vítimas, o que levou à abertura de uma investigação ainda em janeiro de 2024. Nesta sexta-feira (2), o perfil de fofocas saiu do ar. 

Os advogados de defesa buscam, conforme o veículo, que o trio de administradoras da página respondam por perseguição, difamação e calúnia. Ainda segundo o UOL, as três foram ouvidas pela polícia e liberadas em seguida.